| Foto: Divulgação

Após bater na trave por duas vezes, o curitibano Rafael Cordeiro foi eleito em janeiro o melhor treinador de MMA de 2012. O prêmio veio no World MMA Awards, o Oscar do esporte, realizado pela revista inglesa Fighters Only. Aos 39 anos – 28 dedicados à luta –, o técnico que ajudou a formar nomes como Anderson Silva, Maurício Shogun e Wanderlei Silva ainda busca um novo campeão para sua academia, a Kings MMA, em Huntington Beach (EUA).

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Em quanto tempo você planeja ter um campeão no UFC?

Acho que meu próximo campeão vai ser o Fabrício [Werdum], é onde estamos botando nossas fichas. Ter esse cinturão é nosso sonho desde o princípio e está tudo desenhado para isso. Ele é o nosso carro-chefe, depois o norte-americano Jake Ellenberger, na categoria 77 kg. Mas [o tempo] depende do UFC. Se fosse para disputar o cinturão hoje o Werdum estaria pronto. Para se ter uma ideia, hoje o Werdum trabalha para a Fox Deportes nos Estados Unidos. O UFC está com bastante interesse nele.

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Qual foi seu atleta mais talentoso? E o mais esforçado?

O atleta mais talentoso que já treinou conosco foi o Anderson [Silva]. De todos, ele tem a maior habilidade natural que já vi. O [Fabrício] Werdum é o mais esforçado, o que mais treina. E o Wanderlei [Silva] é aquele que é ‘matar ou morrer’. Aquele que resume a palavra lutador.

O condicionamento físico mudou muito dos tempos do vale-tudo para o MMA?

Claro. Hoje eles são atletas. Antigamente não havia nem alimentação específica. A luta não era um trabalho, era um hobby. Hoje ainda têm barreiras que precisam ser quebradas, mas pode-se viver da luta.

O que você faz para evoluir como técnico?

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Treinar com os alunos. Sou um dos poucos do mundo que ainda troca porrada com os alunos. Você vê caras que são bons professores, mas não têm, literalmente, o contato com os atletas. Eu continuo treinando com eles como se fosse lutar e isso abre um leque para você e para os atletas. Ver onde eles estão errando e corrigir. Eu vou, ponho a luva e tento mostrar como é que faz.

Qual o seu currículo como lutador?

Fui três vezes campeão brasileiro de muay thai, fui campeão do IVC [International Vale-Tudo Championship] categoria até 70 kg e participei de diversos campeonatos de MMA e muay thai. Mas parei cedo, com 27 anos. Parei para treinar essa rapaziada e me entreguei para isso, ser treinador. Para fazer bem feito tive de abrir mão da carreira de lutador.

E quem são suas promessas na Kings MMA?

Tenho dois meninos. O Beneil Dariush é iraniano, faixa preta de jiu-jítsu e nocauteador. Trouxe para lutar no Brasil em um evento em Goiânia. Foi lá e nocauteou o campeão da cidade. E o outro menino é o Nolan Ticman, que é filipino e tem 21 anos. Fez a luta da noite em Goiânia também. São os meninos que estamos apostando para o futuro.

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