Junior Cigano esteve em Curitiba para divulgar o UFC Night Fight, sábado, em Jaraguá do Sul| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Às vésperas de completar 18 anos, o hoje lutador Junior Cigano tinha como sonho entrar para as Forças Armadas. O desejo de vestir farda foi o que impulsionou o catarinense natural de Caçador em sua primeira viagem a Curitiba. O então trabalhador de uma empresa de cargas se alistou no 20.° Batalhão do Exército, no Bacacheri. Mas um dente quebrado sacramentou a dispensa. "Acho a carreira militar gloriosa e quando fui dispensado, quase chorei", lembra Cigano, 12 anos depois. Ontem, o ex-dono do cinturão dos pesos pesados do UFC entre 2011 e 2012 teve outra rápida passagem por Curitiba, desta vez como o consagrado lutador de MMA. Sua missão era promover o UFC Fight Night, que será realizado neste sábado, em Jaraguá do Sul (SC). Na passagem pela cidade, Cigano conversou com a reportagem da Gazeta do Povo sobre a carreira e sobre os rumos da modalidade no país:

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Você tem treinado no Rio, com o Dedé Pe­­der­­neiras, que treina o José Aldo. O que está buscando para 2014?

Novos aprendizados. O Dedé é um excelente estrategista. Estou me sentindo em evolução de novo e quero voltar ao caminho das vitórias. Sempre treinei várias modalidades, dou prioridade ao boxe por gostar, mas quero treinar e aplicar o que treino na luta. Tem de ser muito inteligente lutando, não só montar a estratégia, mas saber aplicá-la e é esse tipo de coisa que estou buscando.

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Os norte-americanos evoluíram muito, tiraram títulos dos brasileiros, inclusive o seu. O que eles aprenderam?

Eles, quando firmam um compromisso, vão atrás e fazem acontecer. Eles oferecem estrutura e um bom estilo de vida em troca a quem tenha o que lhes ensinar.

Você é atleta do Corin­­thians. Que tipo de benefício o vínculo com um time de futebol traz para você?

Não é só por ser um clube de futebol, mas por ter outras 37 modalidades, que têm muita experiência e estrutura para os atletas. Tenho o suporte que eu precisar, desde um médico ou nutricionista.

Não teme que se associe a imagem do MMA com atos de violência das torcidas?

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Não. Vejo isso como qualquer outra pessoa vê rejeitando profundamente. Não podemos responder por alguns vândalos que saem às ruas dizendo que são lutadores de alguma coisa e saem brigando. É uma violência que não resolve nada. A partir do momento que uma pessoa se dedica de fato a uma arte marcial, entende o risco que é agredir uma pessoa.

Qual sua opinião sobre o projeto de lei do deputado federal José Mentor (PT-SP), que propõe a proibição da transmissão de lutas de MMA na tevê?

Mesmo sem apoio, os lutadores brasileiros conquistaram grandes resultados. Temos gente que joga contra, como é o caso do deputado. Acredito que, por ser uma proposta ridícula, o povo está dando a resposta: está mais envolvido com o MMA. A característica principal da arte marcial é a disciplina e isso ele [José Mentor] deveria procurar saber.

Dá para competir com o Cain Velásquez?

O Cain é realmente um cara diferenciado, sempre muito bem preparado. Acabo até admirando ele. Perdeu para mim, foi lá, estudou, se dedicou, venceu e, no tira-teima, venceu novamente. Se ele se mantiver campeão, pode demorar para eu ter chance de disputar o título. Vamos ver se essa quarta luta com ele acontece até o início de 2015...

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