Cheios de declarações políticas antes dos combates, os lutadores do UFC esqueceram a presidente afastada Dilma Rousseff dentro do octógono da Arena da Baixada, entre sábado (14) e a madrugada de domingo (15). Ao longo dos discursos vitoriosos, nenhuma menção sobre o assunto.
Vencedor contra Vitor Belfort, por nocaute técnico, Ronaldo Jacaré avaliou a própria atuação. “Sabia que faria um grande trabalho. Quando me dão grandes dificuldades, eu me supero. Eu mereço a oportunidade de lutar pelo cinturão. Eu quero o campeão”, declarou.
A curitibana Cris Cyborg derrotou a americana Leslie Smith. E na entrevista após o nocaute, a estreante no evento exaltou o próprio histórico no MMA. “Sou campeã há 10 anos. Quero defender meu cinturão, mas posso fazer lutas especiais no UFC”.
O também curitibano Mauricio Shogun derrotou Corey Anderson e dedicou o triunfo a Mestre Zito e Dona Maria, mãe do treinador Rafael Cordeiro. Fez ainda um agradecimento: “Curitiba é a capital mundial do MMA. Se tem uma cidade no mundo que merecia o evento, era Curitiba”.
A ausência da política contrastou com as posições dos atletas antes do UFC. De forma unânime, os lutadores brasileiros comemoraram a saída da presidente Dilma Rousseff, após a aprovação do processo de impeachment pelo Senado, na última quinta-feira (12).
Nas arquibancadas do Joaquim Américo, a política também apareceu três vezes. Os fãs de MMA se manifestaram com xingamentos dirigidos em coro a Dilma Rousseff.
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