A primeira brasileira a competir no UFC é paranaense, morava no sítio, queria ser jogadora de futebol e não tem vergonha de falar sobre sua opção sexual. Nascida e criada em Umuarama, Jessica Andrade, 21 anos, luta hoje, a partir das 20 h, em Seattle (EUA), contra a americana Liz Carmouche. O evento principal do UFC on Fox 8 é a disputa de cinturão dos moscas entre Demetrious Jonhson e John Moraga.
Jessica começou tarde no esporte. Ela beirava os 18 anos quando passou a praticar jiu-jítsu em uma academia de sua cidade natal, sempre à noite, após o trabalho em um pesque-pague. Em oito meses, já era faixa-azul. Como também fazia boxe e muay thai, foi um pulo até subir no ringue pela primeira vez profissionalmente. Venceu por nocaute e não parou mais. Em 11 lutas desde setembro de 2011, são nove vitórias e duas derrotas. Chamou a atenção do UFC, que inaugurou a categoria galo feminina (até 61 kg) em fevereiro.
"Sempre falava para minha mãe que um dia seria famosa, que todo mundo iria me ver na televisão. Mas achava que seria no futebol. Queria ser igual à Martha. Mas Deus abriu uma porta para eu ser campeã do mundo no UFC", vibra Jessica, que hoje treina na academia PRVT, no Rio. Homossexual assumida, a paranaense teve de enfrentar o preconceito dentro da família. Hoje, é orgulho do pai, da mãe e da irmã caçula. "Nasci e cresci assim, não tenho por que ter vergonha", lembra.