Polêmica
Biografia de Anderson Silva detonou amizade dos tempos de Chute Boxe
Ex-parceiros de treino na academia Chute Boxe, Anderson Silva e José "Pelé" Landi-Jons cortaram relação desde o lançamento da biografia do lutador do UFC, no ano passado. Em abril, ambos se cruzaram em Curitiba e quase partiram para a briga antes de serem separados por seguranças do então campeão do principal evento mundial de MMA.
"Só não quero que ele fique denegrindo meu nome. Até então se fazia de amigo. Não posso descobrir o caráter de alguém através de uma publicação", defende-se Pelé, que em 2008 sofreu lesão muito parecida com a que Spider teve na luta do último sábado, diante do norte-americano Chris Weidman, que segue com o cinturão por mais algum tempo.
No livro, Anderson afirma que Pelé deu um banho nele e em sua filha ao passar sobre uma poça dágua com uma caminhonete, versão prontamente negada pelo lutador de origem cubana.
Nos ringues de muay thai, ambos se enfrentaram duas vezes, com duas vitória de Pelé. "Não temos amizade e acho difícil voltar a ter, mas não desejo nada de mal para ele", fecha Pelé, que assinou contrato com o evento WOCS para quatro combates em 2014.
Ao assistir a fatídica lesão de Anderson Silva no UFC 168, na madrugada do último sábado, José "Pelé" Landi-Jons voltou cinco anos no tempo. Primeiro grande lutador revelado pela academia Chute Boxe, na década de 1990, o cubano radicado em Curitiba sofreu em 2008, no Canadá, fratura praticamente idêntica à do ex-campeão peso-médio (até 84 kg) do UFC, seu antigo companheiro de treinos e hoje desafeto declarado.
VÍDEO: Assista à luta em que José "Pelé" Landi-Jons machuca a perna
"Foi igual. Sem dúvida, lembrei na hora. Ele [Anderson] também deve ter se lembrado", conta Pelé, hoje com 40 anos e ainda em atividade no MMA, com cartel que aponta 28 vitórias e 15 derrotas.
Assim como aconteceu com Spider na revanche contra Chris Weidman, Pelé quebrou a tíbia e a fíbula ao tentar acertar um chute baixo em seu oponente, o americano Brian Gassaway, no evento TKO 32. A principal diferença é que Pelé também rompeu o tendão de Aquiles da perna direita instantes antes de aplicar o golpe a lesão de Silva foi na perna esquerda.
A cirurgia de reconstrução do osso também foi similar, com a utilização de uma haste intramedular para dar sustentação à tíbia danificada. Um ano e quatro meses depois, Landi-Jons estava de volta aos ringues, deixando para trás muita desconfiança, situação que Anderson terá de encarar pela primeira vez na carreira.
A previsão é de que ele fique afastado dos treinos por pelo menos seis meses, mas a aposentadoria do atleta de 38 anos não está descartada, já que não houve pronunciamento oficial até agora. "Fui massacrado pela mídia, falavam que eu estava velho, os fãs pediam para que eu parasse. Mas queria voltar e sentia que iria. Tanto que já fiz seis lutas depois da lesão e venci cinco", discursa Pelé, que apesar do entrevero com Spider, confia na recuperação do antigo companheiro dos primórdios do vale-tudo.
"Eu o conheço. Sei que não vai desistir. Vai se fechar, rever tudo o que aconteceu [as duas derrotas seguidas] e voltar. Ele está defasado tecnicamente, precisa se superar, ser um samurai moderno. [Na recuperação] o corpo tem de responder da mesma maneira que a mente quer", fecha Pelé.
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