Lyoto encara Hendo
À sombra da primeira luta feminina da história do UFC, dois experientes lutadores disputam neste sábado a chance de enfrentar o campeão dos meio-pesados (até 93 kg) da organização. O vencedor do confronto entre o brasileiro Lyoto Machida, 34 anos, e o americano Dan Henderson, 42, será o próximo adversário de Jon Jones ou do polêmico Chael Sonnen, caso a zebra apareça no duelo entre eles em abril.
"É uma grande chance de nocautear o Dan Henderson, apesar de ser um lutador muito duro e de nunca ter sido nocauteado. Acho que eu tenho condições de fazer isso", fala Machida. "Quero vencer um cara que assisti desde jovem. Primeiramente [busco] essa realização, depois a conquista de lutar por um cinturão novamente", adiciona o Dragão, que acumula duas vitórias em seus últimos cinco duelos. O americano, por outro lado, perdeu apenas uma vez na mesma sequência.
Nunca. Durante quase 20 anos desde sua fundação, em 1993, até a fase contemporânea, essa sempre foi a resposta do UFC em relação à participação de mulheres no principal campeonato de artes marciais mistas (MMA) do mundo.
Essa posição, repetida exaustivamente pelo presidente Dana White, cai neste sábado (23), no UFC 157, a partir das 21h30, em Anaheim (EUA), graças à combinação de talento, carisma e polêmica da americana Ronda Rousey. A adversária, Liz Carmouche, é quase uma figurante no principal evento da noite, que deixou o confronto entre os experientes Lyoto Machida e Dan Henderson em segundo plano.
Apelidada de Rowdy turbulenta ou conflituosa na tradução literal do inglês , a confiante loira de olhos claros convenceu o chefe da organização com atributos que vão muito além de padrões estéticos. Judoca medalhista de bronze em Pequim-2008, ela também aglutina resultados impressionantes nos octógonos. São seis vitórias em seis combates profissionais. Todos com finalização por chave de braço no primeiro round.
Além disso, Rousey, de 26 anos, não tem medo de falar o que pensa. Discute com torcedores e rivais pelo Twitter e domina a arte da autopromoção, inclusive com ácidas provocações. Tornou-se uma estrela do mundo da luta.
Amada ou odiada pelos fãs, ela chamou a atenção para as mulheres do esporte. Durona e doce ao mesmo tempo, conseguiu convencer White a mudar de ideia e iniciar nova era de um esporte de um esporte ainda basicamente masculino.
"Se eu queria o MMA feminino no UFC? Eu queria tanto que não podia deixar ninguém mais fazer isso por mim", conta Ronda, em um dos diversos vídeos de divulgação produzidos exclusivamente pra o evento deste fim de semana.
Campeã peso galo (até 61 kg) do Strikeforce evento absorvido pelo UFC no ano passado Rowdy chega ao UFC já com o cinturão nas mãos. Além dela, outras cinco lutadoras foram contratadas para a primeira divisão feminina da história. Miesha Tate e Cat Zingano, por exemplo, lutam já em abril. Situação impensável há um ano.
"Nunca tivemos a atenção da mídia que esse card está tendo. Nem com Brock Lesnar nem com Anderson Silva e Chael Sonnen. A HBO não veio gravar com eles. A revista Time não escreveu sobre eles", conclui o arrependido Dana White, que em médio prazo sonha em promover uma superluta entre Rousey e a curitibana Cris Cyborg, que foi liberada do evento por alegar não conseguir alcançar o peso da categoria, mas segue como carta na manga para o futuro.
Confira o card completo do UFC 157
O canal Combate transmite o evento a partir de 21h30 deste sábado
Card principal
Ronda Rousey x Liz CarmoucheDan Henderson x Lyoto MachidaUrijah Faber x Ivan MenjivarCourt McGee x Josh NeerJosh Koscheck x Robbie Lawler
Card preliminar
Brendan Shaub x Lavar JohnsonMichael Chiesa x Anton KuivanenDennis Bermudez x Matt GriceSam Stout x Caros FodorKenny Robertson x Brock JardineNeil Magny x Jon ManleyNah-Shon Burrell x Yuri Villefort
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