Há pouco mais de um mês, na época da abertura da venda de ingressos para o UFC 198, em Curitiba, o sul-matogrossense Luan “Tarzan” Chagas, 22 anos, até hesitou, mas decidiu não enfrentar a enorme concorrência por um bilhete para assistir in loco, na Arena da Baixada, o evento mais importante do MMA mundial.
Lutador profissional há quatro anos, o meio-médio (até 77 kg) da academia curitibana Gile Ribeiro conta que não ficaria confortável na arquibancada, já que seu sonho sempre foi estar no centro daquele octógono. No último sábado (31), por golpe do destino, o dono de um cartel de 14 vitórias em 15 lutas descobriu que fez a escolha certa.
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Leia a matéria completaLesionado, o nigeriano Kamaru Usman foi retirado da luta contra o paulista radicado em Curitiba Serginho Moraes. Chagas, então, foi chamado pela organização para estrear no UFC diante de 45 mil pessoas.
“Eu estava saindo jantar com minha namorada quando meu mestre [Gile Ribeiro] ligou e disse para passar na casa dele. Cheguei e meu empresário [Stéfano Sartori] estava lá, com um papel na mesa. Perguntaram se eu queria assistir o UFC, mas respondi que não. Foi então que me contaram que iria lutar e deram o contrato para assinar”, relembra o lutador, que caiu no choro depois da notícia.
Chagas chegou à capital paranaense em 2010, aos 16 anos,com planos de terminar o ensino médio, prestar vestibular e iniciar uma faculdade. Foi nessa época que começou a praticar MMA e também ganhou o apelido em referência ao Rei da Selva.
“Os amigos brincavam dizendo que eu treinava com macaco, sucuri, jacaré”, explica o atleta natural de Naviraí, cerca de 360 quilômetros ao sul da capital Campo Grande.
Faixa-preta de jiu-jítsu, Tarzan terá pela frente um adversário muito mais experiente e dono de um currículo impecável na arte suave, com dois títulos mundiais. No UFC, Moraes vem de quatro vitórias seguidas. Além de ter de apressar o corte de peso para lutar daqui a duas semanas – vai precisar eliminar 9 kg –, o azarão sul-matogrossense também terá de lidar com a pressão da estreia.
Mas tanto ele, quanto seu staff, acreditam que é possível quebrar a banca. “Estamos montando a estratégia de luta. O Serginho é um grande adversário, tem feito um trabalho de excelência de muay thai com o Dida. Mas tenho um menino de 22 anos na mão, com muita disposição e talento. Faixa-preta em jiu-jítsu, já treinou com muita gente dura e foi bem. Não me assustaria se tivermos uma surpresa”, garante o técnico Gile Ribeiro.
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