Shogun evita entrar na provocação do polêmico Chael Sonnen| Foto: Marcelço Andrade/ Gazeta do Povo

Curitibano não descarta troca de categoria

Mudar de categoria não é uma urgência para o paranaense Maurício Shogun Rua. Mas não se espante se o lutador baixar de peso daqui a alguns anos e passar a competir entre os pesos médios (até 84 kg) do UFC.

Acostumado a lutar com 93 kg desde o começo da carreira, em 2002, a troca de divisão afetaria muito de sua rotina de treinos e, principalmente, de dieta e perda de peso. Mesmo assim, ele trata como uma possibilidade real.

"Eu teria de me testar antes. Nunca baixei de 93 kg na minha vida, então realmente é muito esforço. E tenho a estrutura óssea pesada, não sei se conseguiria. Minha equipe nem conta com isso, mas talvez, no futuro, seja uma possibilidade", fala o ex-campeão do Pride e do UFC.

Uma investida para os pesos-pesados (até 120 kg), porém, é descartada de antemão. "Já sou um cara de estatura baixa para o meio-pesado. Para o pesado ainda mais. Mas por enquanto está bom nessa categoria", complementa Shogun, cujo cartel no UFC aponta cinco vitórias e cinco derrotas.

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Maurício Shogun Rua, 31 anos, tem uma grande desconfiança em relação a seu adversário de hoje à noite, no UFC Fight Night 26, em Boston (EUA). Seria Chael Sonnen um falastrão também fora das câmeras? Ou o lutador é figura totalmente diferente longe dos holofotes, como relatam vários atletas que já treinaram com o americano?

"Tenho essa dúvida", disse Shogun, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. "Não sei se ele faz isso tudo por mídia ou não", acrescentou o paranaense, que passou longe de ser um alvo prioritário do falatório de Sonnen, diferentemente das últimas aparições do adversário – que ficou conhecido por quase derrotar Anderson Silva (acabou perdendo duas vezes).

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Nos dois meses que antecederam o combate da próxima madrugada, a ser realizado entre os meio-pesados (até 93 kg), pouco se ouviu falar de Son­­nen. Estranhamente.

Ele voltou a atacar na última quarta-feira, ao conceder entrevista ao programa UFC Tonight, onde também trabalha como comentarista. Recitou um poema no qual promete nocautear Shogun, mas provoca mesmo o veterano Wanderlei Silva, com quem pretende lutar no futuro.

Para o curitibano, nada que fuja ao script. "O cara que faz luta feia, amarrada, tem de ser bom de lábia, né? É o caso dele", dispara o ex-campeão da divisão.

Desde outubro de 2009, quando disputou o cinturão do UFC pela primeira vez – o título veio na revanche imediata contra o compatriota Lyoto Machida seis meses depois – a carreira de Shogun vive uma gangorra.

São três triunfos intercalados com quatro derrotas. A última, em dezembro do ano passado, para o sueco Alexandre Gustafsson, valia a passagem para tentar desbancar o campeão Jon Jones.

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Diante de um adversário que não está entre os dez primeiros do ranking do UFC, o objetivo é vencer novamente para voltar a ficar perto da posição de desafiante.

"O ranking não vale muito. Tanto que o Sonnen fez as duas últimas lutas pelo cinturão [médios e meio-pesados]", lembra ele, que treinou muita defesa de queda e jiu-jítsu para parar a maior qualidade de seu rival, o wrestling.

"Ele vai querer me derrubar e ficar por cima pontuando. É o perfil dele como lutador, é o que tem feito nos últimos anos e não vai mudar", aposta Shogun, que focou boa parte de seu treinamento para tentar diminuir seu cansaço durante os combates. "Espero que dê certo", fecha.

Os pesos-pesado Alistair Overeem e Travis Browne fazem a segunda luta em importância do evento, que também terá a presença dos brasileiros Iuri Alcântara e Diego Brandão.