Maurício Shogun Rua voltará a lutar em Curitiba, sua cidade natal, após 13 anos, no próximo dia 14 de maio, na Arena da Baixada. Mas engana-se quem pensa que o lutador de 34 anos está pressionado por uma vitória em casa contra o americano Corey Anderson, oito anos mais jovem, no UFC 198.
Ex-campeão dos meio-pesados (até 93 kg) da organização, o curitibano tem em mente o seu principal objetivo no reencontro com os fãs paranaenses. Em dois combates na cidade, em 2002 e 2003, ele acumula apenas 4min55s em cima do ringue, com dois triunfos por nocaute.
“Tenho obrigação de dar meu melhor no octógono, não de vencer. Não sinto essa pressão”, fala o veterano, dono de um cartel de 23 vitórias e 10 derrotas em 14 anos de carreira.
“Curitiba sempre foi um celeiro de atletas e merecia esse evento. Para mim será ainda melhor lutar em casa, perto da torcida. Tenho certeza que a Arena estará lotada”, continua o atleta revelado na academia Chute Boxe.
Torcedor do Coxa, Shogun quer unir torcidas na Arena
Torcedor declarado do Coritiba , Maurício Shogun nunca fez questão de relacionar sua imagem de lutador ao clube do coração. Uma escolha da qual ele espera colher frutos quando enfrentar Corey Anderson, em maio, na Arena da Baixada.
Para ele, não seu nome não sofrerá rejeição do público atleticano. “Graças a Deus sempre tive o carinho de todas as torcidas. Não misturo as coisas. Quero o incentivo dos atleticanos e dos paranistas também”, afirma, mantendo a rivalidade somente no futebol.
“Todo mundo sabe que vou ao estádio desde pequeno, mas é difícil fazer as pessoas separarem isso porque o Brasil é o país do futebol. Teria mais coisa a perder do que a ganhar [se levasse o Coxa para dentro do ringue]”, resume.
A dois meses do combate, a prioridade de Shogun é cuidar do joelho esquerdo. Foi por causa de uma lesão no local que ele teve de se retirar do evento marcado para 16 de abril em Tampa, nos Estados Unidos, quando enfrentaria o ex-campeão Rashad Evans.
A inflamação, portanto, acabou aproximando-o do sonho de se apresentar em Curitiba. Com tempo para se recuperar, ele garante que estará 100%. “Há males que vem para o bem”, brinca.
Rua fará a recuperação em São Paulo e depois retornará a Huntington Beach, nos Estados Unidos, para onde se mudou de vez com a família no início do ano para voltar a treinar com Rafael Cordeiro, seu técnico desde a faixa-branca de muay thai.
A parceria com o treinador eleito duas vezes o melhor do mundo (2012 e 2015) já havia sido retomada antes da vitória por decisão unânime sobre Rogério Minotauro Nogueira, em agosto do ano passado, no Rio de Janeiro. E o convívio na academia Kings MMA, onde também treinam os campeões peso-leve (até 70 kg) Rafael dos Anjos e peso-pesado (até 120 kg) Fabrício Werdum, só tem aumentado a motivação do paranaense.
“O mestre [Rafael Cordeiro] é um cara que nos deixa prontos em todas as áreas. Não só para a luta, na parte técnica e tática, mas no espiritual, no psicológico também. Você pode estar preparado, mas não render se a cabeça não estiver boa”, acredita Shogun. “Os treinos na Kings me motivam. É uma coisa recreativa, não uma coisa chata. É prazeroso treinar lá”, fecha.
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