O anúncio de que o UFC assinou contrato de exclusividade para a utilização de uniformes a partir de julho de 2015 mexeu com o mundo da luta. Com validade de seis anos, o acordo com a marca de material esportivo americana Reebok gerou dúvidas sobre os benefícios aos lutadores, que não poderão mais exibir seus patrocinadores pessoais nas roupas durante toda a semana de luta.
Polêmica que ganhou força porque a direção do principal evento de MMA ainda não abriu os números que irão diretamente para os atletas como compensação. A promessa, contudo, é que a maior porcentagem vá para o bolso de quem entra no octógono. "Eles serão pagos por luta, conforme a performance. A determinação dos valores será comunicada nas próximas semanas, mas será baseada no ranking dos lutadores no dia da pesagem de seus combates", diz Lorenzo Fertitta, um dos sócios do campeonato.
Além do pagamento pelo uso da marca, os atletas ganharão 20% de royalties das vendas de sua linha de produtos os lutadores poderão ajudar a desenvolver seu próprio material.
Do ponto de vista empresarial, a decisão do UFC é bastante inteligente e imita, por exemplo, o que a NBA faz. Todos os times vestem uniformes do mesmo fornecedor no caso a alemã Adidas , com exceção do calçado, que é de escolha livre. "Nós sempre falamos no dia em que nos juntaríamos aos outros esportes e essa era a última peça que faltava. Agora vamos ter uniformes para treinos e lutas, como em outras modalidades", comentou o presidente do UFC, Dana White.
A reação dos atletas foi em sua maioria positiva, mas muitos estão preocupados, especialmente os menos conhecidos. "Descanse em paz, patrocínio no UFC", reclamou o canadense John Alessio, que luta no Bellator. "Quantas marcas de roupa de MMA vão fechar agora?".
Já o carioca radicado em Curitiba, Cristiano Marcello, tem outra visão. Para o ex-lutador do UFC, a transição deve ser muito positiva.
"Vai ser bom para quem está vindo porque se paga muito mal no começo. São 300, 500 dólares para exibir uma marca de roupa. Com certeza o UFC vai bancar mais do que isso", acredita.
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