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Wanderlei Silva, 36 anos, é um curitibano típico. Nasceu e foi criado no bairro italiano de Santa Felicidade. Carrega, até hoje, os costumes e sotaque locais. Mas a despeito de não ter olhos puxados pode chamar, sem receio, o Japão de segunda casa.

É justamente lá, em Saita­­ma, palco onde se tornou um dos nomes mais conhecidos e vitoriosos das artes marciais mistas (MMA), que o Cachorro Louco luta hoje, no UFC on Fuel 8, a partir das 21 h. Sete anos depois, o duelo contra o americano Brian Stann é uma verdadeira volta às origens.

Wanderlei não compete na Terra do Sol Nascente desde 10/9/2006, quando foi nocauteado por Mirko Cro Cop. Foi uma de suas raras cinco derrotas no Pride (uma foi nos EUA), principal evento de vale-tudo da década passada, onde foi rei e conquistou milhares de fãs.

Ao todo, Wand venceu 22 vezes diante do silencioso público nipônico (veja todos os números no gráfico), detém os maiores recordes do torneio e seus 15 nocautes estão entre as imagens mais marcantes do campeonato. Que o digam Quinton Rampage Jackson e Kazushi Sakuraba, ambos derrotados de maneira arrasadora pelo curitibano. Agora, o Mr. Pride está de volta.

"Significa muito essa oportunidade de voltar ao Japão. Estou tão orgulhoso de estar aqui para lutar. A arena de Sai­­ta­­ma tem os melhores momentos da minha carreira. E sei que vamos dar um show de novo", conta o empolgado Wanderlei. "Essa luta não passa do terceiro round. Vim para nocautear", completa ele, que também está de volta à categoria meio-pesado (até 93 kg) em que reinou no Pride.

O retorno ao Japão, porém, traz um atleta bem diferente daquele feroz e quase imparável competidor. Wanderlei manteve o mesmo estilo de combate, só que seu corpo já não responde da mesma maneira de quando estreou, em 1999, com 23 anos, e galgou incríveis 20 duelos sem derrota. Das últimas dez lutas, só venceu três.

Mas uma coisa não mudou. Uma lenda do tamanho de Wanderlei sem­­pre será respeitada. "A enorme popularidade do meu oponente é mere­­cida. Ele era meu lutador favorito. Assistia às suas lutas e me maravilhava com sua tenacidade no ringue, mas também como tratava as pessoas. Ele merece tudo isso e estou feliz de ser seu oponente no local onde conquistou muita coisa", elogia Stann.

Ex-técnico de Wanderlei, Marcello busca finalização no Japão

Em cinco passaportes diferentes, são 26 carimbos de entrada no Japão. A maioria, como treinador de jiu-jítsu de Wanderlei Silva na época de Chute Boxe, no auge da carreira do Cachorro Louco. Mas dessa vez a ida ao Oriente é especial para Cristiano Marcello. O carioca radicado em Curitiba vai competir pela primeira vez no mesmo card de seu ex-aluno. Ele encara o japonês Kazuki Tokudome hoje, em Saitama, pelo UFC on Fuel 8.

"É um ciclo que se fechou certinho. Estou voltando, 11 anos depois, para a mesma cidade em que vim pela primeira vez, em 2002, e até o mesmo hotel. Vai ser uma experiência diferente para mim", fala o experiente Marcello, que também já competiu no Pride, em 2006.

Especialista na arte suave, ele não vence uma luta por finalização desde 2010. Situação que ele promete que vai mudar. "Não quero levar essa luta para a decisão. Quero mostrar agressividade no chão e buscar agraciar o Japão com uma finalização", espera ele, que tem uma vitória e uma derrota no UFC.

Clique aqui e confira o infográfico em tamanho maior

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