Jurandir Senna é simplesmente um luxo. Ou seria, o "Luxa"? Enfim, de certo é que onde quer que vá, pelos campos de bairro de Curitiba, o técnico do Vila Fanny chama atenção e será uma das atrações do jogo contra o União Ahú, hoje, às 15h30. Não por acaso, pois se trata de "espécime rara" no cenário, digamos, rústico da Suburbana. Faça chuva ou faça sol, no Capão ou no Xaxim, lá está Senna, comandando os atletas metido num terno alinhado, camisa, gravata e sapatos no tom.
Com um detalhe importante: desde 1991 o técnico é adepto do traje social completo à beira do gramado. Sendo assim, cai por terra "todo um conceito" e concluímos que, ao contrário do que se pensa, Jurandir não é o Vanderlei Luxemburgo do subúrbio. Mas sim, o técnico do Santos que é o "Jura" da elite.
Basta retroceder os tais 16 anos e verificar que, na época em que Jurandir diz já ostentar sua elegância, o ex-comandante da seleção brasileira estava no Guarani recém saído do Bragantino, onde despontou ainda penteado e vestido com o armário cafona de boleiro dos anos 80. "Sempre me vesti assim. Não acho justo treinar o time de calção surrado e camisa de político", comenta o representante, no futebol amador, do estilo garboso dos treineiros italianos.
Curitibano, 51 anos, casado, pai de três filhos (Eduardo, Henrique e Juliana) e dono de nove ternos, o "nosso Luxa e Jura deles" é apaixonado por futebol foi atleta das categorias de base do Atlético. E faz da linha adotada na vestimenta apenas uma parte da estratégia visando realizar seu sonho. "Quero ser treinador no profissional, estou buscando minha primeira oportunidade", revela.
No amador, já passou por 14 equipes, mais os juniores do Império do Futebol. Fez curso na área e "estágio informal" quando era dono de lanchonete no Couto Pereira, conversando com vários técnicos que passaram pelo Coritiba. E durante todo esse tempo, sempre teve trabalhos "normais".
Potencial para tanto, dizem os amigos, ele já tem. "É uma pessoa íntegra, dedicado em tudo que faz", avalia Eliseu Siebert, presidente do Vila Fanny. "O Jurandir é preocupado com os detalhes. Os jogadores gostam muito", reforça Vilmar, atacante do Gigante Alvirubro. Entre as minúcias, compreensivelmente, está o esmero com o uniforme da rapaziada, sempre impecável e cuidadosamente dobrado.
Além disso, ele também é adepto da tecnologia. Durante as partidas, está sempre sintonizado no rádio, em comunicação direta com o auxiliar-técnico Eli Mendes. Já quanto ao estilo de comando, é mais despojado. Gosta de apelar para o emocional dos atletas nas preleções. "Comigo é coração no bico da chuteira", diz.
Por fim, fechando a trinca de estilos, o pessoal, o de comando, e agora o técnico/tático, equilíbrio é o segredo para seguir "bem na foto". "Meu time tem que ter, ao mesmo tempo, pegada na defesa e rápido no ataque", afirma.
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