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O Aspire Dome é o símbolo da ambição do Catar em se tornar uma referência esportiva | Al-Assaad/Reuters
O Aspire Dome é o símbolo da ambição do Catar em se tornar uma referência esportiva| Foto: Al-Assaad/Reuters

Os petrodólares continuam invadindo, com força, o mundo do esporte. O atletismo, que já tem em Doha um tradicional palco para provas ao ar livre – e re­­ceberá a primeira etapa da milionária Liga de Diamante, em maio –, levará também seu principal torneio em pista co­­berta para a capital do Catar. De amanhã a domingo, a cidade realizará, pela primeira vez, um Mundial Indoor no Hemisfério Sul.

A disputa será realizada no moderno Aspire Dome, um marco nas intenções do país em se tornar referência esportiva. Construído em 1995, o complexo de 120 mil metros quadrados é formado por 13 arenas distintas. Além da pista de atletismo de 200 m, há um parque aquático, um campo de futebol, 11 quadras de tênis, além de áreas para esportes tão diversos quanto esgrima e judô. Tudo isso é apenas parte dos mais de US$ 30 bilhões investidos em 10 anos para transformar o país em peça relevante esportivamente.

O esforço do Oriente Médio – que congrega também os Emirados Árabes, que estão na Fórmula 1 e recebem o Mundial de Clubes da Fifa – ainda não convenceu o Comitê Olímpico Internacional. Doha candidatou-se aos Jogos de 2016, mas foi eliminada na primeira fase de avaliação. Recebeu nota superior ao Rio (6,9 contra 6,4 dos brasileiros), mas não continuou na disputa por ter colocado outubro como o mês ideal para receber o evento. O COI afirmou que a escolha não condiz com o calendário mundial. O país, contudo, não desiste. Deve apresentar sua candidatura para os Jogos de 2020 e já pleiteia a Copa do Mundo de 2022.

Outro desafio é a ineficiência em revelar talentos – o Catar apela, sistematicamente, para a naturalização de atletas estrangeiros – e a capacidade em atrair público. Pelo menos para o Mundial Indoor, a organização garante que 80% dos ingressos já estão vendidos para os três dias de disputa.

O clima não é um grande desafio para os brasileiros, que conseguem treinar no país durante o ano todo. Por isso a delegação do Brasil é discreta: só 9 representantes. A primeira atleta na pista do Aspire Dome é Gisele Oliveira, que participa da qualificatória do salto triplo, às 3 horas (de Brasília) de amanhã. Fabiana Murer, do salto com vara, aparece como a principal aposta. Bronze em Valen­­cia/2008, tem a segunda melhor marca do mundo (4,82 m) no ano, só atrás de Yelena Isinbayeva (4,85 m).

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