Marcos Tadeu Silva Mafra um dos seis árbitros apontados por Evandro Rogério Roman como membros de uma suposta máfia no apito tem o hábito de ajudar jogadores desamparados pelo mercado de trabalho.
O juiz de futebol da capital indica atletas para clubes e treinadores. Garante fazer isso "sem fins lucrativos", "apenas para ajudar as pessoas". Também não considera essa relação algo que possa ferir a ética da arbitragem.
No fim de abril, por exemplo, ele apontou um jovem atacante ao técnico Ricardo Pinto, do Operário. O apadrinhamento não surtiu efeito e esse acabou dispensado. A história foi tratada com naturalidade pela imprensa de Ponta Grossa, pois o apitador mantém estreita amizade com o comandante do "Fantasma".
O ex-goleiro do Atlético hoje desmente essa versão, veiculada inclusive no jornal Diário dos Campos. "Nunca houve isso", diz, reticente. Já o árbitro apresenta outra versão. "É meu amigo de grama sintética e quando o encontrei em Curitiba falei que tinha jogadores bons. Não sei se ele correu atrás", explica.
Mafra também diz ter dado uma força gratuita ao meia-atacante Hideo, ex-Paraná e atualmente no Combate Barreirinha clube amador da capital. "Há um tempo, houve uma tentativa de me encaminhar para o Avaí. Mas acabou não dando certo", conta o boleiro.
O discurso de companherismo ganha força ao falar desse caso. "Tenho um padrinho dentro do clube e fiquei de passar o telefone para o Hideo. Só isso. Levá-lo lá, nunca. O cara estudou comigo na faculdade de Educação Física. Gosto dele para caramba", justifica.
"Não tem nada a ver em termos de maldade você indicar um profissional para um colega. Tem gente que às vezes me liga perguntando, até de Portugal, sobre jogadores. Se vem alguém para você e questiona: 'Me fala desse fulano'. Pela experiência que eu tenho, digo: 'Dá uma olhadinha nele...' Não vejo nada de mal nisso. Não ganho dinheiro com isso", reforça Mafra. "Muitas vezes, estou ajudando alguém pobre a subir na vida", completa. (RF)
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