Acredite, o ano da Copa do Mundo no Brasil passou. É 2015, um novo tempo, uma nova era, um novo dia, que começou. E se você é daqueles que têm pressa pelo porvir, relaxe. Confira 10 previsões, absolutamente infalíveis, para a temporada da bola que está apenas iniciando.
Dunga, o grosso. Neymar, o fino
O técnico da seleção brasileira prometeu se controlar. Mas, pode esperar. A Copa América no Chile vem aí, as primeiras rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo também, não vai ter como aguentar: com a mesma sutileza com que desarmava os adversários, Dunga continuará com o discurso de "comprometimento", "conjunto", dirá que não tem mais bobo no futebol (não com essa expressão, que pega mal), etc. Por outro lado, ufa, Neymar permanecerá como destaque absoluto do escrete canarinho. E, de vez em quando, vai simular umas faltinhas, afinal, aqui é Brasil, pô!
Cartolas falarão besteiras
Os dirigentes seguirão chamando tanta atenção quanto atletas e treinadores. É diretor-executivo, CEO, vice-presidente de futebol, superintendente, todos com a fórmula certa para fazer de seus clubes, e do esporte no Brasil como um todo, potências (o duro é aplicar). Você ouvirá que o "futebol é muito caro", que o problema foi a "herança maldita", aquele cartola dirá que a "disparidade financeira é imensa" (e fica maior ainda com as contratações furadas que ele faz), que "só um time vence" e que o torcedor tem de ser um "consumidor" (com preços de Inglaterra e futebol da China?). A cartolagem vai ainda chorar muito erro de arbitragem contra si e, claro, fugir da raia quando seu clube for beneficiado.
Tapetão entrará em cena
As partidas também serão decididas no tapetão. E, de uma forma geral, o rumo da conversa dependerá de que lado o clube do coração estará. Caso o time possa ser beneficiado, trata-se apenas de preservar as "regras" do jogo, a lei acima de tudo. Do contrário, é aquele lance de que "futebol se joga no campo". De certo que os tribunais seguirão interferindo decisivamente, você conhecerá o nome dos auditores e torcerá por advogados.
Análises furadas
Aguarde e confie: não faltarão críticas ao planejamento de determinado time, mesmo que o comentarista não saiba exatamente qual era o tal do planejamento para a temporada. Salários atrasados também servirão de explicação para a má fase de algumas equipes assim como as temidas "baladas". As estatísticas também seguirão "elucidando" todas as ações dentro do gramado, mesmo que aquela vitória tenha nascido do primeiro chute de pé esquerdo que o zagueirão acertou na vida. A importância dos técnicos será incensada. Da mesma forma, os "professores" serão os principais culpados em determinado momento. Alguém dirá: "O futebol é dinâmico".
Confusão por causa da Copa
No finalzinho de 2014, teve polêmica envolvendo a Copa, as desapropriações, o Atlético e a prefeitura de Curitiba. Logo na largada deste ano, teve mais, com o relatório do Ministério do Esporte que apontou gasto de R$ 1 bilhão para a realização do Mundial na capital do Paraná. E daqui até 31 de dezembro, desavenças não vão faltar. O Furacão alegará que prefeitura e governo do estado não respeitam o acordo tripartite, que viabilizou o evento. O município afirmará que o Rubro-Negro é que não respeita. O estado não dirá nada. E o torcedor, jamais esquecerá: 7 a 1 foi humilhante demais.
Pontos corridos x mata-mata
Já começou, ou melhor, não terminou, por causa do título do Cruzeiro do ano passado, quando a Raposa "nadou de braçada" no Brasileiro. Mas, segure firme, ali por maio, quando o Nacional 2015 se avizinhar, o debate ganhará força: afinal de contas, qual a melhor fórmula de disputa? Mata-mata? Ou pontos corridos? Ou um esquema híbrido (a palavra está na moda). Depende muito. Caso um time dispare na tabela, os defensores do mata-mata dirão que o campeonato por pontos corridos é sem graça, falta competitividade (desde que, claro, o time deles não esteja liderando). Agora, se a briga pelo caneco reunir três, quatro equipes, os adeptos dos pontos corridos exaltarão que toda rodada é como se fosse uma final (desde que, claro, os times deles estejam envolvidos). E se já não bastasse, os cartolas vão entrar firme na discussão neste ano.
Os estádios ficarão lotados de espaços vazios
Para quem possui pavor de aglomerações, multidões, praias e piscinas entupidas de gente, fobias sociais de toda sorte, um excelente lazer é ir aos jogos do Paranaense: dá para ficar bem tranquilão, isolado, esticar as canelas. No ano passado, por exemplo, a média de público foi de somente 3.229 pessoas por partida. Puxada, é claro, pelas decisões entre Maringá e Londrina e um ou outro clássico curitibano. E não é "privilégio" da contenda local, não. No Brasileiro de 2014 as praças esportivas tiveram ocupação média de 40%. Portanto, pode se programar: as arenas seguirão vazias em 2015.
Vai ter chororô por causa de gramado
Atlético, Coritiba e Paraná, não necessariamente nesta ordem, vão reclamar das condições lastimáveis (exceto para as vacas) de algum gramado dos estádios do interior. Vão estrilar pela falta de estrutura também (e pelo bafo quente de Paranaguá). Com certa dose de razão, afinal, todo Paranaense que se preze apresenta problemas. E sem razão, é claro, pois os clubes da capital adoram uma desculpinha para eventuais insucessos longe de casa.
Arena será só para atleticanos
Entre as polêmicas do Paranaense (serão várias), uma já é certa. O Atlético não vai querer receber as torcidas rivais nos clássicos na Arena. A começar pelos paranistas, que têm encontro marcado com os rubro-negros no dia 8 de fevereiro, às 19h30. Mario Celso Petraglia pedirá torcida única afinal, sabe como é, tem toda a questão da violência, a Baixada não tem fosso entre a arquibancada e o gramado, as cadeiras são novas, é padrão Copa, pode sujar, os sócios atleticanos não vão gostar, enfim. E caso Atlético e Coritiba se enfrentem na etapa decisiva do Estadual (o Atletiba da primeira fase está agendado para o Couto Pereira), prepare-se, o aborrecimento será imenso, com enxame de notas oficiais e tudo mais.
Ônibus serão apedrejados
Usuário do transporte coletivo, cobrador e motorista, devem ficar atentos: dias 8 e 22 de fevereiro e 29 de março vocês têm chances de serem atingidos por uma pedra, estilhaços de vidro, um rojão cair no colo, tomar um sopapo ou, bate na madeira, algo até mais grave. E sabe o motivo? Por que é dia de futebol, datas dos clássicos na capital. Embora os torcedores, ou vândalos, ou torcedores vândalos, ou vândalos torcedores, como queiram, marquem as brigas pela internet, embora os locais sejam manjados (tubos Maria Clara, próximo do Couto Pereira, e Osvaldo Cruz, na rota da Baixada), embora a Polícia Militar saiba de tudo isso, a violência vai correr solta como sempre. Nos dias seguintes, a URBS apresentará a conta do estrago, nós pagamos e ano que vem tem mais.
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