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Costuma-se dizer que partida de confronto direto vale seis pontos, os três ganhos e os três que o adversário deixa de ganhar. A partida que hoje faz o Coritiba, contra o Palmeiras, vale bem mais do que isso. Pode pôr em jogo, inclusive, o futuro de Alex no futebol brasileiro, pois o ídolo impôs só uma condição ao ser repatriado: disputar a Primeira Divisão. E essa partida de hoje pode ter muito a ver com isso.

Pelas circunstâncias, quebrado do jeito que está, sem vários titulares e tentando tirar leite de pedra, até o empate pode ser interessante ao Coxa, por manter a vantagem de pontos sobre o oponente. Mas nada será tão importante quanto um triunfo. O Palmeiras não é lá essas coisas e até por isso está entre os rebaixáveis. E também terá desfalques importantes, a começar por Valdívia. A questão que pega é o fraco desempenho fora de casa. Aí o Coritiba teria mesmo de escrever outra história para se dar bem hoje.

Mercenários?

Passional do jeito que é, o torcedor não se conforma quando um jogador de futebol reclama seus direitos. Não raramente chovem moedas para condenar quem não recebe por meses e tem de trabalhar assim mesmo. Especialmente aos que ganham mais, muito mais, como se boa remuneração fosse pecado ou, pior ainda, como se estivesse sugando do clube o que não lhe seria devido.

Combinado não é caro – diz a velha máxima da vida. E se um dirigente tem um ato tresloucado de contratar um astro com salários acima de qualquer realidade possível, que pague ele pelas consequências e não o atleta, que, profissionalmente, aceitou os termos do compromisso e se prontificou a cumprir a parte que lhe cabia.Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, em sua saída do Flamengo. Não importa se um salário mensal de R$ 500 mil é muito além da imaginação ou dos critérios do bom senso. Também acho. Mas se há quem pague...

Claro que os jogadores do Paraná Clube não se enquadram nessa categoria. Estão longe, mas ponha longe nisso. E só se manifestaram oficialmente por entenderem esgotados todos os trâmites internos que poderiam resolver os dois meses de atraso com promessas acumuladas de solução a cada cobrança. Vá lá, se ainda fossem todos muito bem remunerados poderiam até guardar uma gordurinha de um mês para o outro. Mas, ganhando o que ganham (ou deveriam ganhar), não há de onde tirar depois de alguns dias.

Sábado o Paraná Clube recebe o líder Vitória, que chega por aqui como favorito. Tudo o que os jogadores tricolores precisam, nessa partida, é o apoio e a solidariedade da torcida, pois só mesmo essa corrente de energia será capaz de revigorar um grupo que jamais fez corpo mole ou arrefeceu no dia a dia. Apenas se manifestou contrariado com a desagradável situação pela qual passa. Os jogadores precisam saber que, se a diretoria não está com eles, a torcida, pelo menos, compreende e apoia. É o que basta.

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