Entrevista
Roberto Cavalo,técnico do Paraná.
A sua missão acaba por ser ainda mais espinhosa neste ano, com a reformulação do time em meio à crise financeira do clube. Coisa de super-herói, não?
É muito difícil montar o time. Vamos buscando os jogadores conforme as condições do clube, as amizades e aqueles jogadores com interesse para jogar e tentar algo para o futuro. É difícil, mas estou satisfeito com quem está chegando. Estão mostrando muito interesse. Vão contribuir bastante.
Que papel o Paraná poderá desempenhar no Estadual?
O que foi traçado desde o fim da Série B é que teríamos um time, dentro das condições do clube, para brigar pelo Paranaense e pela Copa do Brasil, mas o objetivo principal é subir para a Série A. Tudo isso sem prometer o que não podemos cumprir. Mas se os empresários ajudarem, as pessoas que são paranistas puderem ajudar, seria ótimo.
Até que ponto o orçamento enxuto pode atrapalhar esses planos?
Temos que ter um pouco de paciência. Foram dois anos que passei aqui, dois anos com greve, dificuldades, sem dinheiro. Sabemos que a diferença é grande para fazer uma equipe de alto nível, mas é o projeto. Esses jogadores que vieram ganham menos de R$ 5 mil. É uma estratégia nossa, é a realidade do clube e já sabíamos que a situação seria difícil, mas vamos com os pés no chão.
Paraná Clube
Apelido: Tricolor.
Fundação: 19/12/1989.
Estádio: Durival Britto e Silva.
Time-base: Luís Carlos; Paulo Henrique, Wellington, Carlinhos e Henrique; Alan, Serginho, Taianan e Paulo Matos; Tito e Zé Paulo. Técnico: Roberto Cavalo.
Por que vai ser campeão... a disposição dos novatos para firmar-se no time é a senha para a vitória.
Por que vai ficar no caminho... problemas financeiros e o elenco renovado complicam qualquer clube.
Trilha sonora: Sossego, Tim Maia completamente reformulado e convivendo com dificuldades financeiras, no Tricolor a onda é "não está vendo?/ não estou nessa/ o que eu quero?/ sossego, eu quero sossego".
O que esperar do Paraná no Estadual? Pergunta de difícil resposta. Com o orçamento minguado e sem a ajuda de empresários, o Tricolor se vira do jeito que dá. Os reforços chegaram, mas nenhum que causasse impacto o prometido presente de Natal ainda não saiu da loja. E o que é pior: a base que chegou a empolgar na Série B do ano passado, com destaque para Juninho, Kelvin e Anderson Aquino, foi desmontada. Ou seja: o que vier é lucro.
"É difícil", resume, com sinceridade o técnico Roberto Cavalo, a quem coube a missão de reorganizar o time. Ciente da responsabilidade, o treinador/olheiro não faz falsas promessas. Admite que o clube larga atrás de Atlético e Coritiba, seus dois principais rivais. Até o Corinthians Paranaense, pelo tempo de preparação, segundo ele, se encontra em um estágio superior ao do Tricolor.
Constatações que, em um primeiro momento, deixam o time longe do troféu, com poucas chances de repetir 2007, o último grande momento do Paraná no Regional. O objetivo é outro. Usar o Estadual como laboratório para garimpar talentos e formar uma equipe capaz de fechar o Brasileiro entre os quatro primeiros colocados. "Temos de ter paciência, com foco e não tirar os pés do chão", ressalta o técnico, que, neste momento de retomada, aposta suas fichas em jogadores desconhecidos do grande público para fazer sucesso. Gente como Taianan, Paulo Matos, Alan e Serginho. "Vamos lutar para conquistar o título paranaense e buscar o acesso. Temos certeza que o Paraná vai ter um time competitivo nesta temporada", crava o volante Alan, ex-Mixto (MT).
O que poderia ser o grande diferencial do modesto conjunto paranista também já não existe mais. Seduzido por promessas de empresários, o talentoso garoto Kelvin decidiu não se reapresentar no início da pré-temporada, forçando a sua saída do Tricolor, assediado por grupos de empresários.
Companheiro de longa data do meia-atacante, o lateral-esquerdo Henrique não quer se envolver na polêmica. "Sobre o Kelvin você tem de perguntar para ele", avisa, logo de cara, sem prolongar o assunto. Mais relaxado, ele admite a falta que o parceiro fará, mas prefere projetar o futuro do clube no caso. Diz acreditar até que, em nome da tradição, o Paraná tem sim condições de fazer frente à dupla Atletiba, reforçando a teoria do novato Alan. "Os reforços que estão chegando têm qualidade, são de alto nível. Por que não pensar no título?", diz o jogador. Está aí outra pergunta de difícil resposta. Pelo menos por enquanto.
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"Os reforços que estão chegando têm qualidade, são de alto nível. Por que não pensar no título?"
Henrique, lateral-esquerdo do Paraná. Ele é o único titular da temporada 2010 a permanecer no elenco paranista.
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