Gil Vicente se prepara para a decisão com a Argentina: clássico cheio de rivalidade também no handebol| Foto: Wagner Carmo Inovafoto/COB

Pela terceira vez consecutiva, o han­­debol masculino do Brasil decide os Jogos Pan-Americanos contra a Argentina. Havia sido assim em Santo Domingo (2003) e no Rio de Janeiro (2007). Será novamente em Guadalajara, hoje, a partir das 23 horas (de Brasília). De quebra, o cam­­peão ainda se classifica para a Olimpíada de Londres, no ano que vem.

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O retrospecto é todo favorável ao time brasileiro, que venceu as outras duas decisões. Supremacia que aqueceu a rivalidade, que no handebol já é tão grande quanto no futebol. "Vai haver [rivalidade] de qualquer jeito, independentemente de quem esteja na frente no placar", adianta o capitão Léo, paranaense de Campo Mourão.

Há quatro anos o Brasil venceu a decisão por 30 a 22, e o jogo terminou em briga entre todos os jogadores. Em Santo Domingo a partida foi tensa do começo ao fim. Para o também paranaense Tupan, po­­rém, não são as provocações que preocupam. "Os argentinos estão nos deixando com a pulga atrás da orelha", afirma. "Na primeira fase, esconderam o jogo, fizeram o suficiente para se classificar. Não sabemos, exatamente, como vai ser. A não ser que será um jogo de outro nível técnico, muito superior ao que enfrentamos até agora", avalia.

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Léo conta que a postura brasileira foi oposta à dos hermanos. "Co­­meçamos o Pan fechados na questão de jogar forte em todos os jogos, independentemente do adversário". Assim, o Brasil venceu as quatro partidas com facilidade – fez 46 a 17 no Canadá, 37 a 15 na Ve­­nezuela, um 36 a 22 sobre o Chile e 41 a 17 na semifinal contra a República Dominicana. "Nosso ponto forte tem sido o contra-ataque e é nele que temos de nos firmar", destaca o armador Zeba.

Para chegar ao tri na maior competição esportiva da América, o Brasil conta com o apoio de uma torcida itinerante: os familiares dos jogadores que os acompanham nos torneios internacionais.

A "organizada" tem roubado a cena no México. Pintados e com toda sorte de adereços nas cores da bandeira nacional, as famílias do ponta-esquerda Gil Alves, do pivô Vinícius Teixeira e do armador Tu­­pan comandam a torcida e fazem a alegria do público local, sempre ávidos por uma recordação do grupo. "Queremos pintar todos de verde e amarelo", diz a mãe de Tupan, a psicóloga maringaense Astrid Tupan, acompanhada dos filhos Roberto, 29 anos, e Rafael, 25.

"Sempre os procuro na arquibancada. A cada gol que faço, olho para minha mãe. Gosto do visual deles, é bacana, dá até vontade de estar ali", diz Tupan, feliz com o apoio em Guadalajara.