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Campeonato Brasileiro de 2004, últimas rodadas, o Atlético-MG luta desesperadamente contra o rebaixamento. Dentro de campo, o Galo apostava no seu desempenho. Mas fora, liberava pagamentos para que outros clubes vencessem suas partidas com resultados favoráveis à permanência dos mineiros na Série A. Essa é a denúncia do empresário Roberto Tibúrcio, que se diz o operador do esquema envolvendo mais quatro times: Corinthians, Cruzeiro, Ponte Preta e Coritiba.

"Na penúltima rodada, demos o dinheiro ao pessoal do Corinthians para eles ganharem do Botafogo no Rio de Janeiro e eles ganharam (2 a 1). Para os jogadores do Cruzeiro, o dinheiro era para derrotar o Vitória, em Belo Horizonte, e o Cruzeiro goleou por 4 a 0. Na última, o Coritiba recebeu para ao menos empatar com o Criciúma, em Santa Catarina, e o jogo ficou 3 a 3. Para a Ponte, era para ganhar do Vitória em Salvador e a Ponte ganhou por 2 a 1", acusou, em entrevista à Rádio Globo de Belo Horizonte.

Tibúrcio é procurador do atacante atleticano Quirino. No início desta semana, o jogador teve vetada pelo presidente do Galo, Ricardo Guimarães, a sua venda para a Real Sociedad, da Espanha, irritando o empresário e o motivando a abrir a boca.

"Em nome do Atlético, eu levava R$ 4 mil para cada jogador. O cheque era nominal e do Banco Rural. A minha sorte é que posso provar, tenho tudo isso comprovado", garantiu o "Marcos Valério" (publicitário que operava o mensalão do governo federal) do Galo.

Por intermédio da assessoria de imprensa do clube, a diretoria do Atlético-MG se limitou a dizer que desconhece as denúncias de Tibúrcio. Em Curitiba, o presidente coxa-branca, Giovani Gionédis, ameaçou o acusador.

"Se ele envolver a instituição Coritiba, vai ser processado. Desconheço esse tipo de prática e sou contrário a qualquer espécie de pagamento, tanto para ganhar como para perder", disse. "Já conversei com o Reginaldo Nascimento, que era o capitão do time naquele dia, e ele me garantiu que os jogadores nunca souberam de dinheiro nenhum", complementou.

O goleiro Douglas, que substituiu o então titular Fernando na última partida de 2004, endossou as palavras do presidente. "R$ 4 mil é muito pouco para querer comprar um jogo. Se fossem mandar dinheiro, mandariam mais", ponderou.

O Alviverde enfrentou o Criciúma sem nenhuma chance de classificação à Sul-Americana e livre do rebaixamento. O resultado de 3 a 3 rebaixou os catarinenses, beneficiando Atlético-MG e Botafogo.

"Jogamos para valer como sempre. Era um jogo do Campeonato Brasileiro e estávamos defendendo as cores do Coritiba", afirmou o goleiro, agora titular do Coxa.

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