Kaká só não será companheiro de Robinho no Manchester City se não quiser. O clube inglês acertou, na noite desta terça-feira (13), com o Milan a sua contratação e agora falta apenas fechar o contrato com o craque. O City vai pagar 105 milhões de euros (R$ 319,6 milhões) à vista, naquela que é de longe a maior negociação do futebol. O recorde anterior era de 2001, quando o Real Madrid pagou 65 milhões de euros (R$ 198 milhões em valores desta terça) para tirar o francês Zidane da Juventus.
Como clube formador do jogador (Kaká ficou lá entre os 12 e os 21 anos), o São Paulo terá direito a 3,25 milhões de euros do valor da transação (R$ 10,3 milhões).
O clube inglês mandou uma tropa de choque para fechar o negócio em Milão: o vice-presidente Gary Cook, o diretor de operações Paul Aldridge e o iraniano Kia Joorabchian, ex-homem forte da parceria MSI/Corinthians (foi ele quem costurou a ida de Robinho para o clube inglês em janeiro). Kia e o agente Fifa Giuliano Bertolucci intermediaram a negociação.
Os enviados do City foram para a sede do Milan no começo da tarde e se reuniram com o vice-presidente Adriano Galliani, o diretor-geral Ariedo Braida e o empresário Ernesto Bronzetti, uma espécie de "consultor de mercado" do clube italiano. Sem rodeios, ofereceram 100 milhões de euros (R$ 307,6 milhões) pelo craque. Os dirigentes italianos ficaram boquiabertos, mas não bateram imediatamente o martelo e pediram algumas horas para pensar. Mas desde aquele momento já estavam muito tentados a fechar o negócio.
À noite, em novo encontro, a proposta subiu para 105 milhões de euros. E aí o Milan capitulou. Galliani assinou um documento concordando com a venda e autorizou o clube inglês a conversar com Kaká para acertar o contrato do craque. Isso deve acontecer na próxima segunda, numa reunião com Bosco Leite (pai e procurador de Kaká), que está no Brasil.
Despedida?
O City está disposto a pagar 15 milhões de euros (R$ 46,1 milhões) livres por ano para Kaká, mas pode até subir esse valor - como fez na negociação com o clube italiano. Tudo indica que o jogo de sábado contra a Fiorentina, em Milão, marcará a despedida de Kaká porque o clube inglês tem certeza de que o jogador não recusará a oferta.
Em meio à crise financeira mundial que faz até o Chelsea do bilionário russo Roman Abramovich apertar o cinto, o Manchester City nada em dinheiro desde que foi comprado no final de agosto por um grupo de investidores dos Emirados Árabes. O grupo assumiu o controle do clube apenas um dia antes do encerramento da janela de transferências, mas mesmo assim deu um chapéu no Chelsea e tirar Robinho do Real Madrid por 40 milhões de euros (R$ 123 milhões).
Para tirar Kaká do Milan, além de jogar uma fortuna em cima da mesa, o City fez o que Real Madrid e Chelsea não fizeram quando tentaram contratá-lo: conversaram primeiro com os dirigentes italianos, para só depois procurar o craque. Real e Chelsea irritaram o Milan por terem assediado antes o jogador.
Kaká chegou ao Milan em 2003 por US$ 8,2 milhões (R$ 19 milhões). Ganhou seis títulos (um Italiano, uma Liga dos Campeões da Europa, um Mundial de Clubes da Fifa, duas Supercopas Europeias e uma Supercopa Italiana), foi eleito o melhor do mundo em 2007 e tornou-se um símbolo do clube. Agora, os milhões dos árabes colocaram ponto final nesta história.
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