Multidão caminha em direção ao cordão de isolamento da PM em Fortaleza| Foto: Antonio Lacerda / EFE
Policiais atiram bombas de gás lacrimogênio para dispersar manifestantes em Fortaleza
Manifestantes entram em confronto com a Polícia Militar em Fortaleza
Policial atira contra manifestantes em Fortaleza
Polícia avança contra os manifestantes em Fortaleza
Policial atira contra a multidão no protesto em Fortaleza
Manifestantes se protegem no confronto com a PM antes do jogo com o Brasil
Cordão do batalhão de choque está de prontidão para manifestantes não chegarem na Arena Castelão
Manifestantes mostram cartazes nas proximidades da Arena Castelão
Manifestantes portam cartazes nas proximidades da Arena Castelão
Família a caminho do Castelão de bicicleta no protesto antes do jogo do Brasil
Manifestante cobra melhorias na saúde no entorno do Castelão
Manifestante no entorno do Castelão antes do jogo do Brasil
Manifestantes portam cartazes no entorno do Castelão
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O número de manifestantes no entorno do Castelão, em Fortaleza (CE), onde o Brasil venceu por 2 a 0 o México nesta quarta-feira (19) pela Copa das Confederações, foi de 80 mil a 100 mil, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF) O Povo. Os manifstantes, que mais cedo entraram em confronto com a Polícia Militar (PM), reúniu mais participantes do que o total de torcedores que estavam no estádio, cuja lotação máxima é para 67 mil pessoas.

Até às 17h15, policiais do Batalhão de Choque faziam um cordão de isolamento em uma avenida perto do Castelão para conter o avanço do protesto. Bombas de gás lacrimogênio foram lançadas e spray de pimenta também foi utilizado contra os manifestantes que tentavam avançar o bloqueio. Os gritos de ordem, no entanto, não cessaram.

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Concentrados desde as 9h na Avenida Alberto Craveiro, que liga o aeroporto ao estádio, os manifestantes caminhavam rumo ao Castelão quando foram proibidos de prosseguir por um cordão de isolamento do batalhão de choque.

Confusão

A confusão começou por volta de 12h15. No trajeto até o estádio, o protesto foi barrado de seguir adiante pelos policiais. Um tiro de bala de borracha foi disparado para o alto e os manifestantes começaram a atirar paus e pedras nos PMs.

O confronto parou por alguns minutos e os manifestantes retomaram a caminhada. Mas logo na sequência a confusão começou novamente, com mais veemência. Paus e pedras foram atirados pelos manifestantes novamente. Em resposta, a PM deu tiros de balas de borracha e atirou bombas de gás lacrimogênio para tentar dispersar a multidão. Os policiais do choque receberam reforço da cavalaria para conter o grupo.

Existem informações sobre pelo menos três feridos: um manifestante que caiu em um buraco em uma construção na rua Alberto Craveiro ao tentar fugir dos disparos da polícia; um jornalista do Comitê Popular da Copa que foi atingido no rosto por uma bala de borracha e um policial que se machucou após ser atingido por um dos objetos arremessado pelos manifestantes.

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Há fumaça na direção da avenida vinda de um veículo da agência municipal de transportes que foi incendiado pelos manifestantes.

Com a ação do batalhão de choque, que empurrou a multidão para cada vez mais longe do estádio, os manifestantes se dividiram em três blocos. Um deles foi em direção à BR-116, que ficou interditada nos dois sentidos.

A rodovia é um dos acessos à Arena Castelão. Os torcedores conseguem chegar ao Castelão a pé. Carros a caminho do estádio também estavam sendo liberados pelos manifestantes. No outro acesso ao estádio - a Avenida Alberto Craveiro - o grupo abriu um corredor para quem tinha ingresso pudesse chegar à barreira policial e dali passar para o local da partida.

Os manifestantes carregam cartazes protestando contra os gastos excessivos do governo na Copa das Confederações e no Mundial de 2014 - na terça-feira, o Ministério do Esporte informou que o custo da Copa do Mundo aumentou cerca de 10%, alcançando o valor de R$ 28 bilhões. "Brasil, vamos acordar: o professor vale mais do que o Neymar", expressava um dos cartazes da mobilização.

O protesto, que também é contra a corrupção e a violência, foi engrossado por policiais militares descaracterizados e trabalhadores do transporte público de Fortaleza. As duas classes estão em mobilização por melhores salários e condições de trabalho. Desde o começo da semana, motoristas e cobradores de ônibus da capital cearense têm feito uma paralisação diária de uma hora na parte da manhã para reivindicar seus anseios.

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Protesto no entorno do Castelão