Mano Menezes foi o último integrante da seleção brasileira de futebol a falar antes da decisão deste sábado (11), contra o México, em Wembley. Partida em que o Brasil tentará, pela terceira vez, o inédito ouro olímpico. Em Los Angeles-1984, contra a França, e em Seul-1988, contra a União Soviética, os ainda tricampeões mundiais ficaram com a prata.
Desde então, o Brasil venceu outras duas Copas do Mundo e transformou o ouro no futebol em obsessão. Foram cinco tentativas: duas acabaram em bronze, uma parou nas quartas de final e em outras duas a seleção nem sequer conseguiu chegar à Olimpíada.
Por isso - e também por saber que o resultado em Londres ditará a tolerância com seu trabalho até a Copa de 2014 -, o treinador admite um certo frio na barriga com a decisão. "Tento ser mais racional do que emocional. Mas, mesmo assim, um friozinho na barriga é importante, uma certa tensão é necessária para os jogos importantes. Estar relaxado pode ter um custo alto. Se não tiver mais [o frio na barriga], não deverei trabalhar no futebol", afirmou o treinador.
Mano ainda deixou em aberto a possibilidade de escalar Paulo Henrique Ganso, destacou o crescimento de Neymar e disse não se arrepender da forma como foi feito o trabalho da seleção antes dos Jogos. "Talvez pudéssemos ter tido resultados negativos com eles [o grupo atual] e chegar à conclusão errada de que eles não fossem tão bons para estar aqui", disse.
Confira os principais trechos da coletiva:
Últimas horas"Os últimos ajustes e, obviamente, vamos fortalecendo mentalmente os jogadores com o que acreditamos, o que fizemos e que precisamos repetir na final. O que devemos fazer no último dia é o que fizemos até aqui. Isso difere os ganhadores de fazer no momento mais importante aquilo que o levou até lá."
Ganso no time titular?"Não vou antecipar a formação. Já deixei claro que não faria. Em relação ao Ganso, ele tem condição de entrar. Já tinha a possibilidade no jogo anterior, não foi utilizado pois estrategicamente não era a melhor opção na hora. Com uma pequena dificuldade para o técnico, pois quando não participa você perde o parâmetro do jogador. Mesmo assim, acredito que ele possa dar sua parcela de contribuição no momento mais importante."
O adversário"O que posso dizer é que vamos encará-lo da mesma maneira que encaramos a todos. E não creio em favoritismo teórico. Ambas as seleções fizeram uma trajetória para chegar à final, isso é o que vai valer. Complexo de inferioridade não existe mais entre as seleções. Foi possível ver isso. Existe uma diferença técnica entre os países. Todo mundo trabalha muito para ser igual. E vamos encarar o México como um adversário capaz."
Peso histórico do jogo"Não é o jogo mais importante da história do futebol brasileiro. Mas é o mais importante para o grupo que está aqui. Quando começou me perguntaram sobre as conquistas que não tivemos. Disse que não deixaria que os jogadores carregassem esse peso. Vale para isso também."
Ensinamentos das outras decisões"Só é possível ganhar o ouro quando disputa. Só fomos duas vezes, agora é a terceira. Vamos aproveitar os ensinamentos das outras decisões. E acima de tudo o ensinamento do futebol. Temos que ser melhor que o México amanhã [sábado]."
Peso da responsabilidade"Preparei bem as minhas costas para suportar esse momento. Sinto algo positivo, gostoso, quando se chega ao último dia com capacidade para alcançar o posto mais alto."
Como Neymar chega à final"Todos nós sairemos diferentes daqui. E Neymar também acompanhou esse processo, vai sair com muito mais questões positivas, pois a nossa campanha foi propícia para isso. Os resultados ajudaram. Você entra de uma maneira e com uma ótima campanha você sai levando os fatores positivos."
Emocional"Tento ser mais racional do que emocional. Penso que tenho conseguido. Ao comandante é necessário. Emocional é o torcedor. Até o dirigente, mas o técnico precisa enxergar as coisas com a razão. Mas, mesmo assim, um friozinho na barriga é importante, uma certa tensão é necessária para os jogos importantes. Estar relaxado pode ter um custo alto. Se não tiver mais, não deverei trabalhar no futebol."
Montagem tardia do time"Todos nós sabemos onde queremos chegar. Mas a maneira como se faz cabe a quem está fazendo, com algumas questões que não podem ser abordadas publicamente, pois é desnecessário aos jogadores. Entendo que precisávamos passar outros momentos, talvez pudéssemos ter tido resultados negativos com eles e chegar à conclusão errada de que eles não fossem tão bons para estar aqui."
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