Decepcionado com o ataque brasileiro nas últimas partidas, o técnico Mano Menezes opta por um quarteto ofensivo na seleção 100% "made in Brazil" e reverte a lógica mantida pelo futebol nacional há 20 anos. Ontem, em seu primeiro treino com toda a equipe na preparação para o amistoso da próxima segunda-feira contra Gana, ele deixou claro que os jogadores que atuam no Brasil desbancaram os "estrangeiros" no setor ofensivo.
O treinador montou o time com Paulo Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho no meio de campo, Neymar pela esquerda e Leandro Damião enfiado na área. Para a reserva foram Alexandre Pato e Hulk, que jogam por Milan e Porto, respectivamente. Robinho foi cortado por lesão.
Ao final do jogo contra a Alemanha, há poucas semanas, Mano Menezes já havia criticado o desperdício de gols e insinuou que Pato não estava rendendo o que se esperava dele. O atacante do Milan, que comemorou seu aniversário ontem, deixou claro que não gostou da reserva e evitou dar declarações à imprensa.
A preferência por "brasileiros" ganha força nas convocações do treinador. Ele levou para Londres, desta vez, uma seleção com a maior proporção de jogadores que atuam no país: dez dos 22 convocados.
Entre os jogadores, o tom era também de que não há pressa para sair do Brasil. O mais enfático foi Neymar, que teve de driblar insistentes questões da imprensa internacional sobre uma transferência para a Europa. "Estou feliz no Santos", disse.
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