Os companheiros de Milan, Alexandre Pato e Thiago Silva, já haviam discursado em favor de Robinho um pouco antes. Mas a principal defesa ao atacante, muito criticado após o empate sem gols da seleção brasileira contra a Venezuela, na estreia pela Copa América da Argentina, partiu de Mano Menezes ao mantê-lo na equipe titular ontem, no primeiro treino após o incômodo resultado de domingo em La Plata.
O técnico havia dito que testaria outras alternativas antes do jogo com o Paraguai, sábado, em Córdoba. Porém, na volta ao campo da concentração em Los Cardales, optou pela mesma equipe titular que treinou em 100% do tempo até agora, com o quarteto ofensivo Ganso, Robinho, Neymar e Pato
Primeiro a ser substituído diante dos venezuelanos pelo centroavante Fred , Robinho era o favorito a ceder o lugar. Apesar de começar jogando em oito das nove partidas desde que Mano assumiu a seleção, apenas em uma não viu a placa com o seu número subir, indicando que deveria deixar o campo. E não marcou nenhum gol no período.
A última vez que balançou a rede pelo time nacional foi no último jogo sob o comando de Dunga, a derrota por 2 a 1 para a Holanda nas quartas de final da Copa da África do Sul, há um ano.
"Ele está bem", garantiu Pato. "Como amigo, tenho acompanhado diariamente. Está tranquilo e com vontade de ajudar cada vez mais a seleção", afirmou o parceiro de ataque no Milan. "Tenho certeza de que no próximo jogo, com Pato, Robinho e Neymar na frente, o resultado vai ser outro", emendou o zagueiro Thiago Silva, também do clube milanês, já dando a deixa de que Mano manteria o jogador entre os titulares.
Impressão confirmada quando o auxiliar-técnico Sidnei Lobo distribuiu os coletes vermelhos para os reservas. Um foi para as mãos do meia-atacante são-paulino Lucas Silva e outro para o meia santista Elano, os mais cotados a serem testados na vaga de Robinho.
Mas houve uma diferença notável: a alegria e descontração dos treinos antes da primeira partida deram lugar a um ambiente sisudo, extremamente sério. Robinho, o maior responsável pelas brincadeiras no campo, mesmo com o voto de confiança dado por Mano, sorriu poucas vezes e quase não abriu a boca para falar.