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Se Lothar Matthäus se vê na Europa durante o trabalho diário no Atlético, graças à estrutura digna de primeiro mundo do CT do Caju e da Arena, nos (poucos) momentos de folga a sensação é a mesma. Hospedado na luxuosa suíte presidencial do Grand Hotel Rayon, no centro de Curitiba, desde que assumiu o time, o técnico alemão terá a partir de hoje mais um motivo para não sentir um pingo de saudades da terra natal.

Hoje, às 14 horas, na Arena, Matthäus assumirá o volante de um Volkswagen Touareg, carro top de linha da montadora alemã. A bordo da máquina, avaliada em cerca de US$ 130 mil (R$ 278,3 mil pela cotação de ontem), certamente o trajeto entre o hotel e o CT nunca mais será o mesmo. Pelo menos do ponto de vista do motorista. As chaves do utilitário esportivo serão entregues pelo vice-presidente de vendas e marketing da fabricante no Brasil, o alemão Berthold Krueguer, numa solenidade em frente ao estádio atleticano.

A "aquisição" faz parte de um contrato pessoal do treinador com a Volkswagen, e não representará custo nenhum. Nem a ele, muito menos ao Atlético. De quebra, a empresa cederá um outro modelo para esposa de Matthäus, a sérvia Marijana, que terá à disposição um Golf quando vir a Curitiba (este avaliado em "míseros" R$ 65 mil).

E mesmo há menos de um mês na cidade, o alemão já quer enfrentar o trânsito de Curitiba, e demonstra ter técnicas no melhor estilo taxista. "Tenho toda a manha de dirigir na capital, inclusive, fui apelidado de GPS por outras pessoas", revelou, fazendo referência ao aparelho de localização por satélite.

Por enquanto, o alto padrão de vida de Matthäus tem atingido o Atlético apenas em um ponto. Assim que chegou, o técnico revelou que, sempre que possível, a delegação viajaria de avião, e não de ônibus, como é comum no Campeonato Paranaense. O objetivo seria poupar os atletas do desgaste nos longos traslados.

Embora o coordenador de futebol profissional do clube, Luis Fernando Cordeiro, negue que exista uma instrução a esse respeito, na prática a história é outra. "Ele é muito tranqüilo sobre isso. A mim não chegou nenhuma determinação", disse.

Entretanto, quando atuou longe de Curitiba, e Matthäus compunha a delegação – o que aconteceu na partida contra o Nacional, em Rolândia –, o Furacão chegou pelos ares.

Apesar das evidências, Matthäus refuta a idéia de estar transportando o conforto que dispunha na Europa para sua nova morada, e salienta que à frente do Atlético, o interesse é bola, e não conforto pessoal. "Não estou em Curitiba para viver como vivia na Europa, estou aqui a trabalho. Tenho dois objetivos, melhorar a equipe e aprender profissionalmente".

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