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Cena da peça "A Descoberta das Américas" | Divulgação/Diego Pisanti
Cena da peça "A Descoberta das Américas"| Foto: Divulgação/Diego Pisanti

Rio de Janeiro – A reforma completa do ginásio do Maracanãzinho para os Jogos Pan-Americanos do Rio ainda não acabou, mas a modernização já lhe roubou uma de suas principais atrações de outras épocas: o saque "Jornada nas Estrelas" – criado pelo ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, Bernard. O craque esteve ontem no local e precisou fazer adaptações para executar o fundamento, enquanto o secretário de Turismo, Esporte e Lazer, Eduardo Paes, pediu paciência aos eventuais problemas que ocorrerão durante a reinauguração, sábado, com o amistoso feminino entre Brasil e Sérvia.

Bernard foi ao Maracanãzinho "brincar" com alguns operários e mostrar que o piso está pronto para receber os dois amistosos da seleção – o segundo será no domingo. Mas, por causa das adaptações no teto, como a colocação das caixas de som e do placar eletrônico, o saque não pôde ser executado como antigamente e ele precisou ir sair da quadra para reviver a jogada.

"Esse saque ajudou a desenvolver a popularidade do vôlei no Brasil. As pessoas pediam para eu executar, mas só em três ou quatro ginásios era possível. Muitas vezes, precisava quebrar uma lâmpada do teto com a bola para mostrar que não dava", lembrou Bernard, que executou o Jornada nas Estrelas pela primeira vez, no ginásio carioca, durante o 1.º Mundialito de Vôlei, em 1982, na histórica vitória por 3 a 2 sobre a extinta União Soviética. O teto do Maracanãzinho tem 26 metros de altura e o placar eletrônico ficará situado a 12 metros da quadra.

"Hoje não dá mais por causa do placar que colocaram aqui, mas no sábado antes da partida vou fazer de novo, só que com uma altura menor." Após executar o Jornada nas Estrelas 18 vezes durante a brincadeira com os operários, Bernard contou que não tem problemas em realizar o fundamento porque o treina na praia, nos fins de semana. Apesar do sucesso do saque, durante todo esse tempo, somente Tande, campeão olímpico em Barcelona-1992, tentou aprendê-lo, mas nunca conseguiu repetir a eficiência do mestre.

No meio do evento para promover o término das obras no local, o secretário Eduardo Paes se vangloriou de o Maracanãzinho ter sido o último a começar as obras de reformas e o primeiro a terminá-las para o Pan. Mas ainda não era isso que se via no ginásio.

O placar eletrônico em forma de cubo, igual aos da NBA e com preço de R$ 9 milhões, ainda estava com um lado sem funcionar. E no teto do anel interno inferior do ginásio, havia fios pendurados e operários trabalhando na montagem da rede elétrica. Paredes não haviam recebido acabamento e muito material da construção estava espalhado pelo chão. Do lado de fora, o trabalho de colagem de adesivos e acabamentos prosseguia.

"Probleminhas no jogo de sábado vão ocorrer. E é para isso que servem os eventos testes. É melhor acontecer agora do que no Pan", comentou Paes.

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