Campina Grande, na Paraíba, e Berlim, na Alemanha, nunca estiveram tão próximas. E quem uniu realidades tão distintas foi o futebol. Na tela de cinema, as duas cidades são o palco da saga de meninos que sonham em brilhar no país da Copa, assim como o conterrâneo Marcelinho Paraíba, atacante do Hertha Berlim. Marcelinho não irá ao Mundial, mas já ganhou seu troféu: a história de idolatria contada no documentário "Berlinball", da cineasta carioca Anna Azevedo, acaba de ser premiada no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
- Fiquei muito emocionado com o prêmio do filme. É bom saber que, mesmo após cinco anos fora do país, continuo sendo espelho - diz o jogador.
Se os alemães não entendem como o atacante louro oxigenado está fora da lista de Parreira, os paraibanos pouco se importam com isso. Em Campina Grande ele é herói e alimenta fantasias:
- O curta é sobre o sonho materializado numa bola de futebol - resume Anna Azevedo, acrescentando:
- Ano passado eu estava em Berlim e prestei atenção
em como o Marcelinho é ídolo por lá. Aí soube que ele leva meninos de Campina Grande para fazer testes na Alemanha. Decidi ir atrás dos garotos. E descobri que não são alguns, e sim muitos que têm um sonho comum.
Em agosto, ela e sua equipe aterrissaram na Paraíba para contar os anseios desses meninos. Em três meses, descobriram pérolas, como a história de Josa Júnior, de 21 anos, filho de um ex-jogador do Treze.
- O pai dele foi profissional, mas sofreu um acidente e perdeu as pernas. Não preciso nem dizer que ele projetou o sonho no filho, né? - conta a cineasta.
Hertha, a camisa das ruas
Wanderlei, de 12 anos, é outro. Ele passou numa peneira para o Flamengo realizada na Paraíba. Se não fosse Marcelinho (que soube da história em Berlim), o garoto não teria conseguido viajar de avião para testes no Rio.
- Até no videogame dele é Hertha Berlim contra o Flamengo. Esses meninos exibem com orgulho nas ruas a camisa da equipe alemã.
Filho único, Tiago, 16 anos, é o terceiro personagem do curta. Seu sonho esbarra na mãe, que teme perdê-lo para a Europa. Com fotografia de Walter Carvalho ("Central do Brasil"), o filme emocionou os alemães e irá a outros festivais antes de ser lançado no Brasil.
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