Marcelo Oliveira chegou mostrando que está com moral junto à diretoria que apostou nele para a temporada 2011. A nada fácil sucessão de Ney Franco em virtude do carisma e principalmente dos resultados do técnico que se despede no sábado começou ontem, quando Oliveira foi apresentado, ao lado do trio de diretores que recolocou o Coritiba nos trilhos após o desastroso ano de 2009.
Vílson Ribeiro de Andrade, José Fernando Macedo e Ernesto Pedroso Júnior formaram bancada com o novo técnico, que a cada frase e projeto revelado, mostrava o quão respaldado está na nova casa.
O único pedido de Oliveira até então foi atendido e encaixado no orçamento como necessidade de reforço. O auxiliar Tico Santos e o preparador físico Juvenílson de Oliveira acompanham o técnico no novo clube, que trabalhará com a comissão permanente do Coxa, mas pediu os ex-parceiros de Paraná, mesmo com as negativas anteriores da diretoria. "Não foi uma concessão. Nós entendemos que com as frequentes idas do Alexandre Lopes [preparador físico, para as seleções de base da CBF], isso seria um reforço necessário. O Tico é um ganho técnico", argumentou o vice-presidente Vílson Ribeiro de Andrade.
"Acho que a adaptação vai ser muito fácil. Já vem dando certo e está bem elaborada", disse Oliveira, ao comentar a integração com a atual comissão técnica, com a qual já teve uma reunião. O encontro não teve a presença de Ney Franco, que está no Peru pela CBF, em companhia de Lopes. Questionado por várias vezes sobre a antipatia inicial da torcida sobre seu nome, Oliveira demonstrou serenidade. "Substituir o Ney Franco não é uma tarefa fácil, por tudo o que representa. Mas é o que me coube."
Outro assunto inevitável foi a passagem pelo Paraná, terminada em outubro. Declarando-se admirador do Coritiba à distância, Oliveira preservou o ex-clube: "Eu constatei que é muito maior essa estrutura, essa organização. Prefiro não traçar um paralelo, não me sinto confortável", argumentou, enquanto comemorava poder cuidar apenas do campo, sem se ver obrigado a agir como gerenciador de crises.
Ele se defendeu das críticas de que não aproveitou a base tricolor o que não seria um indicativo de que fará o mesmo no Coxa. "Havia boa vontade, nós puxamos cinco jogadores da Copa São Paulo. Eu sou oriundo da base, assim como o Ney Franco. O Kelvin era juvenil, eu tentei levá-lo para treinar, mas era uma pressão grande. Não tive essa oportunidade. Méritos para o Roberto Cavalo [atual técnico paranista]."
Oliveira acompanha a semana de trabalho e deve assumir a equipe no dia posterior ao fim da Série B, mas planeja pleitear férias de final de ano, para curtir a família antes de colocar a mão na massa: "Esse ano foi desgastante, todos vocês conhecem a história."
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