Cornélio Procópio Márcio Araújo é um homem de fé. Nada, nem mesmo a pífia campanha do Coritiba no Estadual, o abala. Ele segue convicto na qualidade do trabalho que iniciou há pouco mais de 20 dias. Otimista ao extremo, garante que dias melhores virão. Mas para que isso aconteça, o treinador só quer um pouco de paciência termo recorrente no Alto da Glória desde o rebaixamento à Série B.
E para poder comprovar que é o comandante ideal para reconduzir o Coxa à Primeira Divisão, Araújo propõe uma espécie de pacto com a arquibancada. Um acordo de paz, no qual ele pede tempo para montar o time antes de ser cobrado. O apelo estende-se também à diretoria alviverde. Não quer ter o cargo ameaçado por causa de um começo de temporada irregular, conseqüência clara do fracasso de 2005.
"O meu trabalho sempre deu certo, por que não haveria de dar justamente agora? A cobrança tem de ser feita, mas no momento oportuno. Pegue o São Paulo como exemplo. Manteve a base do ano passado e mesmo assim, das três partidas que fez no Paulista, perdeu duas. Imagine, então, o que acontece depois de uma reformulação como a que foi feita no Coritiba. É muito mais difícil", comparou o técnico. "Não dá para se desesperar. É o momento de ter tranqüilidade e superar os obstáculos. A pressão é natural, mas o presidente (Giovani Gionédis) sabe em quem pode confiar", completou.
O destino, porém, colocou ainda mais dificuldades no caminho do técnico. Os cinco jogadores que não enfrentaram o Londrina, na quarta-feira (Índio, Peruíbe, Márcio Egídio, Guaru e Eanes), seguem entregues ao departamento médico e também ficam de fora do duelo de domingo, contra o Roma, em Apucarana. "Quando começamos a criar identidade, perdemos quase meio time. São os obstáculos da vida. Mas é só ter equilíbrio que melhora. Estamos seguindo a trajetória correta. Tem muita coisa boa para acontecer com o Coritiba. É só aguardar", discursou ele.
A retórica de Araújo ganhou importante respaldo na cúpula coxa-branca. O assessor da presidência Capitão Hidalgo é mais um a esbanjar otimismo. "Vai melhorar, vai melhorar. Pode ter certeza de que ainda seremos muito fortes", ressaltou o cartola.
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