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O ano passado foi de pouco destaque para alguns dos clientes da Mais Sports Brazil. Nesta entrevista concedida quando estava na Espanha para visitar e tratar da carreira do zagueiro Henrique, ex-Coritiba, Marcos Malaquias contou como é o trabalho da empresa e analisou o bônus e o ônus de lidar com jogadores e suas cifras milionárias.

Seus assessorados não brilharam tanto no ano passado? Qual é o reflexo disso no seu trabalho?

Financeiramente foi bom para eles. Todos têm bons contratos. Mas precisam jogar. O Pedro Ken precisa jogar e não está tendo espaço no Cruzeiro. O Keirrison foi pedido pelo Dorival Júnior e nem passava pela cabeça que o técnico podia sair. Acredito que o Keirrison vá crescer este ano com a chegada do Adilson [Batista] ao Santos. O Henrique é o melhor do time, querem que ele continue mas a equipe não está bem e isso reflete. Ele foi convocado pelo Mano Menezes e isso foi muito bacana. Eles querem jogar, ficam ansiosos e começam a desabafar. Cobram da gente também. O futebol tem esses altos e baixos. Mas o Dagoberto está bem. Foi artilheiro e tem a confiança do Carpegiani.

Mas ele enfrentou um desgaste por causa de uma proposta do exterior.

Houve uma proposta financeira muito interessante para o clube. Levei a proposta, mas sabe como ele é, mui­­to calmo para resolver. Decidiu fi­­car no São Paulo. A decisão foi só dele.

Houve muita polêmica com a dupla Atletiba na saída do Dagoberto e do Keirrison. Isso afastou vocês do mercado local? Como é o relacionamento com os clubes hoje?

É muito bom. Graças a Deus. Na época da saída do Dago foi a maior intriga, tive uma briga declarada com o Mário Celso [Petraglia, ex-presidente]. Mas o Atlético é maior do que qual­­quer dirigente e qualquer empre­­sário. Teve também a saída do Keirrison. Mas ter o jogador foi um ótimo ne­­gó­­cio para o clube porque ele ganhou todos os maiores prêmios jogando lá. Conheço o Ocimar [Bolicenho, diretor do Atlético]. Negociei com o [Felipe] Ximenes a ida do Dirceu do Coxa para o Botafogo-RS. Se eu tiver um bom jogador vão me amar, na hora de sair vão me odiar.

Como você lida com essa questão?

Acho normal. O empresário é visto dessa forma. Se o trabalho for bom, não fez mais do que a obrigação. Na hora de negociar a transferência é ele que "tirou o jogador". Ouvi isso até de pessoas bem próximas a mim. Enten­­do o torcedor. Ele tá certo porque quer o craque no time. Temos que nos blindar nesse sentido. A fila anda e o jogador tem de seguir a vida dele, atrás da independência financeira.

Você procura seus assessorados ou é o inverso?

A gente vai atrás. Procuramos aque­­les que se enquadram no nosso estilo de trabalho. Nossa política é ter pou­­cos jogadores. Talvez não consiga dar a atenção necessária.

Porque a parceria extrapola a carreira, é isso?

O objetivo é fazer o negócio com o jogador e acompanhá-lo em todos os sentidos. Gosto de estar perto. Agora, por exemplo, estou aqui com o Hen­­rique. Vou ver o jogo e depois con­­versar com o Barcelona e definir qual será o futuro dele [o zagueiro tem con­­trato com o clube e está em­­prestado ao Racing Santander]. Passei o fim do ano com alguns deles. O Dagoberto vai ser pai de novo e a primeira pessoa para quem ele con­­tou foi para mim. É gratificante. Quan­­to mais tranquilidade o jogador tiver fora do campo menos pepino vai levar para dentro do gramado.

Como funciona a remuneração?

De cada atleta eu cobro 10%. Vou atrás de um ótimo contrato para o jogador e em cima desse ótimo contrato eu afiro meu lucro. Sei que muitos empresários não ganham assim. Mas vão ganhar de alguém, porque ninguém trabalha de graça. Vão ganhar do clube, não sei. Por isso vou lutar e até ser chato para fazer um bom contrato para o jogador, porque sempre estarei do lado dele.

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