Malucelli: "Os torcedores precisam ter calma, não podem se precipitar. Esta onda de pessimismo acaba nos prejudicando. Estão ai os nossos futuros craques"| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Duas derrotas e um empate nos três primeiros jogos do Brasileirão não estavam nos planos do Atlético Paranaense. A lanterna logo no começo da competição entristeceu e preocupou a torcida rubro-negra, temerária em relação a uma nova luta contra o rebaixamento, já protagonizada em 2008. Diretoria, elenco e até o técnico Geninho já passam a ser contestados e criticados e a pressão é grande no Furacão.

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Ciente do panorama ruim, o presidente do Conselho Administrativo atleticano, Marcos Malucelli, topou conversar com a Gazeta do Povo nesta segunda-feira para esclarecer todos os pontos do atual momento do clube. O dirigente garante que a busca por reforços – mais precisamente três atacantes – segue em andamento, e não existe uma aceleração do quadro atual. O que existe é uma postura diferenciada no quesito financeiro: "se tivermos que gastar, nós iremos", declarou Malucelli.

Ao abandonar o discurso objetivo de que o Furacão não se encontra em condições financeiras favoráveis para grandes investimentos no futebol, o mandatário do Atlético demonstrou também confiança em uma reação, e pediu a confiança da torcida neste sentido. Marcos Malucelli garante também a total confiança de Geninho e a chegada de Valmor Zimmermamm como novo diretor de futebol a partir do próximo mês.

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Confira a entrevista completa do presidente Marcos Malucelli à Gazeta:

Gazeta do Povo – Presidente, a derrota deste domingo diante do Náutico vai agilizar de alguma maneira a busca por reforços?

Marcos Malucelli – Estamos atrás de reforços, não é segredo. Se tiver de gastar, nós iremos. Independente de perder o jogo de domingo nós buscamos reforços, queremos três atacantes. Estamos conversando, procurando, mas é uma situação muito difícil. O Geninho está auxiliando, fazendo contatos também.

Os nomes de vários atacantes foram citados até o momento (Roni, Alex Mineiro, Josiel, Otacílio Neto e Bruno Cazarine). Alguma evolução envolvendo estes e até outros nomes que estão ainda no mercado, como o colombiano Perea?

Não temos interesse no Perea. Não houve nenhuma novidade, tudo está como vocês já sabem. No caso do Josiel ainda não nos deram resposta, solicitamos a intervenção do Kamali, mas ainda não tivemos nenhuma notícia. Ele fez gol pelo Flamengo neste fim de semana, fica ainda mais difícil ele sair de lá antes do fim do empréstimo (no dia 31 de julho). Não tenho nenhum nome que eu possa revelar até porque estamos buscando, não há nada adiantado ou encaminhado. A dificuldade existe pelo próprio mercado nacional, e de fora só podemos buscar jogador a partir de agosto, todos os clubes estão se batendo neste sentido.

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Com a escassez e dificuldade de contratar, o senhor vê alguma chance de repatriar o Pedro Oldoni e o Dinei para, de alguma forma, dar opções para o elenco atual?

Não existe nenhum movimento neste sentido. Evidentemente, se eles não permanecerem, eles voltam ao natural, são jogadores do Atlético. Mas não apostaria nisso. O Dinei (que está no Celta de Vigo-ESP) está emprestado até 30 de junho e tem proposta para ficar na Espanha. O Pedro Oldoni continua também até o dia 30 de junho (no Valladolid), mas não fomos comunicados ainda se eles pretendem mantê-lo lá.

Com estas duas derrotas na Arena, é óbvio que o início do Brasileiro geraria críticas. Como o senhor vê esta pressão? É possível mostrar otimismo quanto à temida lutar contra o rebaixamento?

Acho que antes de atingirmos a terça parte do campeonato nós não podemos pensar ou admitir a hipótese de ficar ou lutar contra o rebaixamento. É preciso esperar pelo menos uns 13 jogos para então ter esta impressão. Se depois deste período nós estivermos nesta situação difícil, ai precisamos nos preocupar, temos de ter cuidado. Nas rodadas iniciais não dá para nos desesperarmos, vemos nesta parte debaixo vários clubes que não irão permanecer ali.

Vem se falando muito de que não se pode colocar toda a responsabilidade nos garotos. Mas o senhor não concorda que são muito poucos os garotos que estão de fato jogando como titulares? Quase todo o time já é rodado, com alguma experiência.

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Além do Wallyson e do Raul nós temos outros garotos no time, como o Chico, o Rafael Santos, mas com alguma experiência. Não acho que seja um discurso vazio, acho que temos sim vários garotos, alguns com mais ou menos experiência se você comparar apenas a idade. O time é novo, tem a menor média do campeonato, e era algo que estava dentro do nosso planejamento. Se o torcedor tiver paciência, veremos os jogadores ganharem esta experiência que falta. A questão é se isto virá em tempo, perdendo dois em três jogos dificulta.

O Geninho já vem sendo contestado diante desta fase ruim. Ele corre algum risco de sair neste momento?

Nenhum risco. O Geninho foi criticado após aquela derrota para o Coritiba, falaram que ele era treinador para um período curto apenas. Depois que foi campeão paranaense, após ir bem contra o Corinthians, ninguém falou nada. Estes discursos que existem por ai não vão influir em nada. Ele é uma pessoa corretíssima conosco, em todas as negociações sempre foi leal. Não há a menor possibilidade de nos desfazermos dele, garanto que ele ficará até o dia 31 de dezembro, independente do que acontecer. Se a cada mal resultado tivermos de trocar de treinador, isto será uma constante. Já fizemos isso no passado, não deu resultado e representa um alto grau de desgaste, temos de lidar com indenizações e outras coisas.

Já é possível confirmar oficialmente o retorno de Valmor Zimmermann ao posto de diretor de futebol? E o Paulo Abagge, também está retornando ao clube?

Está tudo certo com o Valmor, ele volta de viagem dentro de 30 dias e assume o cargo de diretor de futebol. O Paulo também está de volta, ele vai assumir um cargo nas categorias de base, como já fez no passado. Faremos o anúncio assim que o Valmor voltar, mas já está tudo certo.

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Para concluir presidente, o que dá para dizer ao torcedor neste momento de dúvidas e críticas?

Os torcedores precisam ter calma, não podem se precipitar. Esta onda de pessimismo acaba nos prejudicando, temos um time jovem e eu não falarei em jogadores, temos um time com uma média etária baixa, e precisamos que a torcida compreenda e nos apóie. Estão ai os nossos futuros craques. É necessário que eles participem de uma forma direta. Evidentemente que duas derrotas em casa contra times que, a rigor, não seriam tão difíceis de serem derrotados por nós, traz um certo temor, mas o campeonato está começando agora, outros times também perderam em casa, veja o Fluminense, o Sport. Algumas derrotas são normais, claro que não são desejáveis, e temos que nos recuperar. Não podemos perder a paciência logo no início, temos de dar apoio, afinal o campeonato é feito de 38 rodadas, não dá para entrar em desespero logo na terceira. Muitos clubes subirão e outros vão descer, seria melhor ter vencido, mas não foi possível e temos que aguardar.

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