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A torcida do Palmeiras programa para a manhã do próximo sábado (14), antes do amistoso contra o holandês Ajax, uma procissão para "canonizar" São Marcos. O percurso terá início na sede do clube e irá até o Pacaembu, palco do jogo. O ex-goleiro Marcos, que concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), riu da "brincadeira" e negou que seja santo, como a torcida o trata há mais de uma década.

"Os caras estão de brincadeira. São loucos. Vão canonizar eu (sic). Pergunta para a minha mulher se eu tenho que ser canonizado. Só você sabe, Sônia", disse, olhando para a esposa, que estava presente na Academia de Futebol. "Fico com vergonha. Assim vocês dão mais moral que eu mereço", disse o jogador recentemente aposentado.

Antes da entrevista, o presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone, anunciou que o clube irá organizar uma série de homenagens. Marcos receberá um título de 'sócio perpétuo', terá produtos licenciados e ganhará uma biografia. A principal ação, porém, é a tentativa de aposentar a camisa 12, usada pelo goleiro durante a carreira. "Pretendemos eternizar a 12, vamos conversar com o jurídico. Dentro do que estabelecem as regras dos campeonatos, gostaria de fazer um estudo mais detalhado", disse o dirigente, revelabdo também que será feito um busto para Marcos.

O ex-goleiro se disse honrado e, sempre modesto, brincou com o fato de poucos titulares terem usado este número. "Um dia falaram sobre isso, mas falei assim: 'Camisa 1 no Palmeiras teve um monte maior que eu, mas 12 fui um dos melhores também'", disse, antes de completar: "Só o fato de ter vestido a camisa do Palmeiras foi uma das maiores homenagens que recebi na vida".

O discurso de que é ele quem deve prestar homenagens ao Palmeiras e à torcida foi recorrente. "O Palmeiras acha que deve para mim. Deve nada. Eu que devo. Sem o Palmeiras eu não seria nada", lembrou o ex-goleiro, herói da conquista da Libertadores de 1999, maior título da história do clube.

Ele quer reviver as emoções daquela conquista e pensa em convidar para o seu jogo de despedida o Corinthians de 1999 e 2000 (times que o Palmeiras eliminou nas duas Libertadores, com grandes atuações de Marcos) ou o Deportivo Cali, derrotado na final de 1999. "Se for convidar meus amigos, vou ter de fazer uma semana de jogo para todo mundo jogar. Tem de revezar até o árbitro", disse um Marcos orgulhoso das amizades que fez no futebol.

Mesmo aposentado, o pentacampeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 promete continuar colaborando com o Palmeiras. "Pode contar comigo no que precisar, não é contrato que vai fazer diferença", disse ele, que recebeu convite para ser dirigente ou membro da comissão técnica.

Ele nega a possibilidade de um dia se tornar técnico - "ser chamado de burro deve ser a pior coisa do mundo" -, mas disse que ainda não sabe qual função pretende exercer. Quer, porém, só assumir um cargo no clube quando se sentir pronto. "Vou tentar me preparar para fazer algo útil no Palmeiras."

Sem o futebol para tomar seu tempo, Marcos se colocou à disposição para dar entrevistas com mais frequência, só lembrou que não terá muito o que falar: "Vou cornetar a minha esposa". Também disse que pretende participar de mais eventos de marketing: "A gente chora em velório, bate palma para adversário, o que precisar", disse, rindo, como de costume.

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