Personagem
"Nós fomos esquecidos", diz ex-goleiro
Para o ex-goleiro Maurício Gonçalves, o título conquistado pelo time paranaense foi apagado da memória de muitos por falta de força junto à CBD e CBF e também pela desorganização do clube. "O torneio parou e ficou por isso mesmo. Uns anos depois, o clube faliu, mudou a direção e não se comentou mais sobre o torneio de 69. Ficamos sem ter algo oficial sobre o torneio, esquecidos no meio do caminho".
O time, que também foi tri-campeão paranaense (1963, 1964 e 1973) e vice-campeão em outras quatro ocasiões (1965,1967, 1981 e 2002), atualmente amarga a terceira divisão estadual. Neste ano, o clube dirigido e treinado pelo polêmico Aurélio Almeida, terminou o torneio na quinta colocação e não conseguiu o acesso para a segunda divisão.
Maringá - O Grêmio de Esportes Maringá (GEM) anunciou que vai entrar na Justiça para reivindicar o título brasileiro de 1969, por ter vencido o Torneio dos Campeões daquele ano. Em nota divulgada no site do clube, o presidente Aurélio Almeida afirma que "irá a todas as instâncias jurídicas que se fizerem necessárias".
A medida foi tomada após a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, na quarta-feira, unificou oficialmente os títulos brasileiros conquistados entre 1959 e 1970 (a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão), considerando-os títulos do Campeonato Brasileiro.
Caso a CBF aceite a reivindicação do Grêmio, a equipe de Maringá passa a ser o primeiro time do estado a ser campeão brasileiro, desbancando o posto do Coritiba, que venceu o torneio de 1985.
"Isso não vai ficar assim, vamos atrás do que é nosso por direito. O Grêmio Maringá conquistou este título e é com respeito à história do nosso clube e a todos os torcedores maringaenses que vamos reivindicar este título", declarou Almeida, no site.
A reportagem procurou a Federação Paranaense de Futebol para comentar o caso, mas a entidade está em recesso. A assessoria de imprensa da CBF também não atendeu as ligações.
O Torneio dos Campeões (também chamado de Robertinho), da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), reuniu quatro equipes, que disputavam, além de uma vaga na Taça Libertadores da América de 1970, o título de campeão dos campeões do Brasil.
O Grêmio Maringá garantiu a vaga por ter sido campeão do Torneio Centro-Sul de 1968. Além dele, participariam Sport Recife (campeão do Torneio Norte-Nordeste de 1968), Botafogo (campeão da Taça Brasil de 1968) e Santos (campeão do Roberto Gomes Pedrosa de 1968).
O Grêmio enfrentou partidas de ida e volta contra o Sport, vencendo pelo placar de 3 a 0, em ambos os jogos. Na sequência os maringaenses enfrentaram o Santos. Após dois empates (1 x 1 em Maringá, e 2 x 2 em São Paulo), seria realizada mais uma partida. Mas o Santos desistiu do jogo, alegando indisponibilidade de agenda.
No meio do torneio, a CBD ainda desistiu de dar a vaga à Libertadores para o campeão do torneio, o que teria causado a desistência do Botafogo.
Segundo o goleiro do Grêmio Maringá nas campanhas de 1968 e 1969, Maurício Gonçalves, o Torneio Centro-Sul e o Torneio dos Campeões foram encarados pelo elenco como um Campeonato Brasileiro da época. "Pelo torneio Centro-Sul , nós jogamos com times como o Vila Nova, de Minas Gerais . Depois de vencermos o Sport, era como se fossemos campeões da segunda divisão. Íamos enfrentar o vencedor da primeira [Santos] para ver quem seria o campeão geral".
Gonçalves lembra que aconteceu algo semelhante em 1987, quando o Flamengo foi campeão da Copa União e o Sport, da Copa Brasil. A CBF reconhece os pernambucanos como os campeões brasileiros daquele ano, já que o Flamengo se negou a fazer uma final contra o time do Recife algo parecido com o que fizeram Santos e Botafogo, no caso do torneio vencido pelo Grêmio Maringá.
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