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O GP da Malásia teve dois vencedores. O óbvio, Lewis Hamilton, que levou sua Mercedes a um triunfo tranquilo, de ponta a ponta, no Circuito de Sepang – Nico Rosberg, líder do campeonato e companheiro de Hamilton, chegou em segundo, com o atual campeão Sebastian Vettel, da Red Bull, completando o pódio.

O outro "campeão" foi o brasileiro Felipe Massa. Ontem, ele reviveu um dos piores momentos de sua carreira na Fórmula 1. O desfecho, porém, foi diferente. Faltando quatro voltas para o fim da corrida, ele ouviu pelo rádio ordem da Williams para que deixasse ser ultrapassado pelo companheiro Valtteri Bottas, com pneus mais novos.

A ordem lembrou o famoso episódio ocorrido no GP da Alemanha de 2010, quando o engenheiro da Ferrari avisara ao brasileiro que deveria ceder seu lugar ao então companheiro Fernando Alonso. Na ocasião, Massa aceitou e liberou a passagem para o espanhol.

Massa desta vez resistiu e não liberou o sétimo lugar para Bottas, que pretendia brigar com o inglês Jenson Button pelo sexto posto. Ao fim da prova, o brasileiro não mostrou arrependimento pela postura e exibiu confiança na decisão tomada nas voltas finais da corrida.

"Acho que fiz o correto. Eu fiz o melhor que pude para mim e para a equipe e eles precisam fazer o mesmo. Lutei até o fim e meu objetivo era marcar o máximo de pontos para mim e para a equipe. Ainda estamos na segunda corrida", declarou Massa. "Os pneus dele estavam um pouco melhores, mas não o suficiente para me passar e passar o Jenson", completou.

Ao ser questionado sobre uma eventual reprimenda da equipe em razão da ordem ignorada, Massa pediu respeito ao seu trabalho. "Eu faço o melhor que posso pela equipe, e eles têm de fazer isso por mim também", disse o piloto. "Nós temos dois campeonatos [Mundial de Pilotos e Mundial de Construtores]. Eu respeito o meu trabalho e nós precisamos respeitar um ao outro."

A Williams tentou minimizar o primeiro atrito entre Massa e Bottas. Engenheiro-chefe do time, Rod Nelson negou que haja ordens desse tipo dentro da equipe. "Era apenas uma decisão estratégica", justificou.

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