Emerson Fittipaldi (dois), Nelson Piquet (três) e Ayrton Senna (outros três) deram ao Brasil oito títulos mundiais de Fórmula 1. Mais do que isso, transformaram a categoria em febre nacional. E o país, em um celeiro de pilotos.
Mas é um corredor ainda visto com certa desconfiança pelo grande público que pode conseguir uma façanha que os três mitos das pistas nem ao menos tiveram a chance de obter: ser campeão dentro de casa. Uma oportunidade que Felipe Massa deve ao calendário da Fórmula 1, que desde 2006 tem o Brasil como sua última parada no tempo de Emerson, Piquet e Senna, o GP brasileiro era um dos primeiros da temporada.
E nestes três anos de Interlagos como escala final do campeonato Massa tem aparecido sempre como protagonista. Em 2006, roubou a cena do bicampeonato de Fernando Alonso e da despedida de Michael Schumacher ao quebrar um jejum de 13 anos sem vitória de um brasileiro perante a sua torcida. Festa abrilhantada pelo macacão verde-e-amarelo que a Ferrari preparou para a corrida.
No ano passado, executou à perfeição a missão de escudeiro de Kimi Raikkonen, no improvável título do finlandês, que desembarcou em São Paulo a sete pontos do líder Lewis Hamilton.
É exatamente nessa situação que Massa chega ao Brasil neste ano. E é ao exemplo do companheiro que ele se agarra para tomar a taça do piloto da McLaren. Menos pelo jogo de equipe (que certamente será feito), mais pela esperança de novamente o inglês sucumbir à pressão de confirmar um título certo.
Seria uma forma de o destino devolver em uma só prestação a sorte que faltou a Massa ao longo do ano. Os altos e baixos perseguiram o ferrarista do início ao fim. Imaturo, perfeito e azarado foram adjetivos que acompanharam o brasileiro por toda a temporada.
Imaturo ao cometer erros tolos, como na rodada no GP da Malásia ou as barbeiragens na Austrália; perfeito na Turquia, a pista onde é rei, ou na estreante prova em Valência; azarado na Hungria, onde o motor lhe tirou uma vitória irretocável, ou em Cingapura, onde um erro da Ferrari o fez sair dos boxes arrastando a mangueira de combustível.
No Brasil, perto da torcida e com uma ajuda da sorte, Massa espera agregar um novo e definitivo adjetivo à sua temporada: campeão.
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