Rio O destino da vela ruma para as disputas match race. Não é apenas questão de escolha, é uma necessidade. O próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) cogitou a hipótese de excluir a modalidade do programa olímpico caso não se torne mais atrativa e próxima ao público. A exigência deve ser atendida já no Pan de 2007, no Rio de Janeiro, com as finais de cada classe envolvendo o formato barco contra barco.
O estilo faz sucesso fora dos torneios olímpicos e pan-americanos. É um chamariz para os patrocinadores e garante retorno financeiro aos iatistas. "É a única competição que paga prêmios em dinheiro", explica o paranaense Daniel Glomb, único especialista do país nessa forma de competição. "É o futuro da vela. Ganha em emoção, adrenalina e é fácil de compreender. Quem assiste sabe quem está ganhando", explicou.
Nas provas, duas embarcações disputam o mesmo trajeto de cada vez e, no final, somam-se os resultados. "É uma forma de deixar a competição mais atrativa. Pena que não há mais velejadores especializados, só temos o Glomb. Tomara que venham mais Glombs daqui para frente", torce Lars Grael, novo presidente da Federação Brasileira de Vela e Motor (FBVM). Torben Grael, recordista em medalhas olímpicas do país também elogiou a habilidade velejador.
Daniel Glomb é um dos comandantes no Match Race Brasil, que ocorre até amanhã no Rio de Janeiro, e sua intimidade com o estilo rendeu três vitórias. Melhor desempenho entre as cinco tripulações brasileiras.
Mas a habilidade pode ser insuficiente para embolsar parte dos R$ 40 mil em prêmios. O evento foi dominado pelos estrangeiros da Americass Cup, a mais antiga, famosa, cara e rentável disputa match race no mundo, com 158 anos de história.
A especialização de Glomb foi a alternativa para manter a paixão pela vela e conseguir sobreviver. "Não posso me dedicar totalmente e é muito difícil viver somente do esporte", contou o recém-graduado bacharel em direito.
Para conseguir concluir o curso, ele quase perdeu a estréia do Match Race Brasil, na quarta-feira. Glomb estava no Rio de Janeiro, mas precisou viajar às pressas a Porto Alegre para fazer a última prova do curso. Na volta, enfrentou imensos atrasos por causa da crise nos aeroportos do país e só conseguiu chegar com uma manobra logística que o pegou no centro do Rio de Janeiro, de barco, e o levou até a Baia da Guanabara, onde a regata estava prestes a começar.
A repórter viaja a convite da Vela Brasil.
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