Antes de embarcar para a Europa, a fim de resolver "assuntos familiares", o técnico Lothar Matthäus deixou nas mãos da comissão técnica atleticana um planejamento de dez dias. A informação, divulgada no site oficial do alemão (www.lotharmatthaeus.com), dá a entender que ele estabeleceu a si mesmo um prazo para que a ausência não prejudique o andamento dos trabalhos no clube.
Contando a partir do primeiro dia em que o Rubro-Negro ficou órfão de seu treinador (quarta-feira passada), o período termina sexta-feira véspera do segundo jogo contra a Adap, pelas quartas-de-final do Paranaense, no qual o time precisa da vitória para não ser eliminado precocemente.
No entanto, Matthäus confirmou as informações dadas por seu empresário no Brasil, Márcio Bitencourt, de que o problema em questão talvez precise de mais tempo para ser resolvido do que o estimado preliminarmente. "Apesar de estarmos na fase final do campeonato, ainda não posso dizer exatamente o dia do retorno", informou o alemão, admitindo não ter sido o melhor momento para se ausentar.
Ontem, Bittencourt esteve no CT do Caju. Segundo ele, apenas para apresentar a estrutura do Atlético a empresários portugueses. A viagem de Matthäus teria ocupado pouco tempo do encontro com os dirigentes rubro-negros. A versão foi endossada pelo clube.
"Na medida em que concordamos com a viagem, temos de esperar", afirmou o presidente João Augusto Fleury, sem estipular um prazo para o técnico.
Nem mesmo a proximidade de jogos decisivos muda o discurso. Quatro dias após o confronto com a Adap, o Furacão viaja para enfrentar o Volta Redonda, pela Copa do Brasil, grande projeto do clube no primeiro semestre. "Problemas não têm época para surgir", amenizou Fleury.
O presidente negou que o Atlético já esteja pensando em um plano B: possível contratação de um novo treinador no caso de a ausência se prolongar de forma insustentável. Ele garante que isso só tem chances de acontecer se o alemão decidir ficar na Europa. "O Matthäus é uma pessoa extremamente responsável e seria o primeiro a comunicar se não pudesse continuar no cargo."
Enquanto permanece sem técnico, o Rubro-Negro trabalha sob os cuidados do auxiliar Vinícius Eutrópio, que provavelmente terá mais uma vez a responsabilidade de orientar o time na partida de sábado. Com poderes limitados, segundo Fleury. "Na verdade ele (Vinícius) é apenas o artífice de um contexto", definiu o dirigente, mantendo a autoridade à distância do alemão.