Massa comemora "vitória de seis pontos"
Montecarlo Resignado com o domínio já previsto da McLaren em Mônaco, Felipe Massa comemorou o terceiro lugar como se fosse o primeiro, apesar de estar visivelmente decepcionado.
"Foi uma vitória que valeu seis pontos", falou. "Foi o melhor que eu poderia ter feito. Mas acho que fui inteligente e esses pontos vão ser importantes no fim do campeonato", disse ele, que, com o resultado, manteve o terceiro lugar na tabela, mas agora com cinco pontos, e não mais três, de desvantagem para o líder do Mundial.
O resultado não chegou a ser uma surpresa para a Ferrari, que já esperava que sua rival se desse bem no principado. Não só pelos bons resultados nos testes da semana passada que simulavam a pista monegasca, mas também pelas características dos carros da McLaren, mais adequadas ao circuito.
"Acho que, mesmo se eu desse 150%, o resultado seria este. A única coisa que tinha a fazer era torcer por erro ou abandono dos caras", afirmou Massa.
Se a lógica se repetir no Canadá, em duas semanas, e nos EUA, em três, a escuderia italiana deve levar vantagem sobre a McLaren, especialmente em Indianápolis.
Pit stop
A chave
Lewis Hamilton tinha um objetivo claro na largada: não deixar Felipe Massa ultrapassar as McLarens. Cumpriu com perfeição, e a dupla hispano-saxônica partiu para uma tranqüila dobradinha.
O ás
O fã de Fórmula 1 que agüentou de ponta a ponta os 100 minutos do GP mais sonolento dos últimos anos. Uma procissão que poderia ser sucedida pela missa do Papa.
O barbeiro
Kimi Raikkonen. O finlandês se encaminha para ser o segundo piloto da Ferrari. Bateu no treino de sábado e terminou em oitavo por inércia.
Montecarlo A imagem de Fernando Alonso ao final GP de Mônaco resumiu seu fim de semana. Sorrindo, o espanhol sentou no carro da organização da prova e respirou fundo. Depois, levou as mãos ao rosto com a nítida expressão de alívio.
Alívio porque a chuva não deu as caras no principado, alívio porque obteve a pole, a melhor volta e a vitória. Alívio porque venceu pela segunda vez na temporada, porque se redimiu do terceiro lugar em casa há duas semanas e ainda retomou a liderança do Mundial.
Mas o espanhol estava mais aliviado porque, após ser ofuscado pelo companheiro de equipe, Lewis Hamilton, nas quatro primeiras etapas e estar atrás dele na classificação, ontem, enfim, viu a McLaren dizer com todas as letras que ele é o primeiro piloto da escuderia.
Com seus dois pilotos nos primeiros lugares do grid, seguidos por Felipe Massa, a McLaren admitiu que mudou a estratégia de Hamilton, o segundo, para que "deixasse Montecarlo com o maior número possível de pontos", nas palavras de Ron Dennis, chefe da equipe.
Hamilton começou a prova mais pesado que Alonso para ficar na pista por cinco voltas a mais que o espanhol, o que lhe daria tempo para abrir vantagem antes de seu pit stop e, quem sabe, voltar à frente.
Foi aí que a McLaren resolveu agir. Chamou o novato apenas três voltas após a parada de Alonso. Mais: trocou sua estratégia de uma parada para duas.
"Fiquei surpreso porque tinha combustível para ficar quase seis voltas a mais que o Fernando na pista, e eles me chamaram após três. Mas é assim que funciona", falou Hamilton, cinco pódios em seus cinco primeiros GPs na F-1 e melhor estreante da categoria.
"Tivemos que adotar estratégias diferentes. E, conseqüentemente, você virtualmente tem que escolher antes qual de seus pilotos fica com a vitória", tentou explicar Dennis.
"Tenho 16 ou 17 vitórias na carreira e acho que nunca venci com mais de um minuto de vantagem para o terceiro colocado. Esta foi a mais fácil e talvez a mais gostosa vitória", falou Alonso, que chegou ao seu 17.º triunfo na categoria e já havia, sim, vencido com tamanha folga para o terceiro na França, em 2005, pôs 1min21s914 sobre Michael Schumacher.
Já Hamilton não escondeu a frustração. "No fim das contas, sou só um novato. Fui segundo no meu primeiro GP de Mônaco, não tenho do que reclamar. Tenho o número 2 no carro. Sou o segundo piloto."
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