Futebol
Briatore pode ser expulso de liga
Considerado culpado pela FIA de ter premeditado o acidente sofrido pelo piloto brasileiro Nelsinho Piquet no GP de Cingapura do ano passado, e excluído da F-1, o italiano Flavio Briatore pode também ser punido no futebol.
Um dos donos do Queens Park Rangers, que disputa a segunda divisão inglesa, o ex-chefe da Renault pode ser expulso da liga que organiza a competição.
O presidente da Fottball League, Brian Mawhinney, já entrou em contato com a FIA solicitando mais detalhes da punição aplicada pela entidade que administra o automobilismo mundial.
O regulamento da liga não permite que alguém que tenha sido banido por um órgão esportivo seja dono ou dirigente de um clube ligado a ela.
Convencida pela Renault, FIA poupa escuderia e execra Briatore
A estratégia de defesa da Renault deu certo, e a equipe escapou sem ser punida da reunião do Conselho Mundial da FIA pela armação no GP de Cingapura de 2008. O time, que na semana passada havia demitido Flavio Briatore e Pat Symonds e anunciado que não contestaria as acusações, admitiu para os 26 membros da entidade que houve uma conspiração entre Nelsinho, Briatore e Symonds para que o brasileiro batesse o carro de maneira proposital e favorecesse Fernando Alonso. A escuderia foi penalizada com a desqualificação do Mundial até 2011, mas essa pena só terá efeito prático caso viole mais uma vez o regulamento.
Paris - Era 12h35 e a reunião do Conselho Mundial ainda não havia acabado quando Nelsinho Piquet deixou a sede da Federação Internacional de Automobilismo, ontem, em Paris.
De terno preto e com passos acelerados, o ex-piloto da Renault na Fórmula 1 saiu do prédio sem falar com a imprensa e, acompanhado por seguranças da entidade, entrou na porta ao lado, o Hotel de Crillon, um dos mais exclusivos da capital francesa.
Enquanto isso, no julgamento fechado, a estratégia de defesa da Renault triunfava: a equipe escapou sem ser punida pela armação no GP de Cingapura de 2008. O ex-chefe Flavio Briatore foi banido e o ex-diretor técnico Pat Symonds suspenso por cinco anos (ler mais nesta página).
Mais tarde, Nelsinho divulgou um comunicado em que diz estar aliviado com o fim do caso e acreditar que isso fará com que episódios como este não aconteçam mais na F-1.
"Eu me arrependo amargamente das minhas ações e de ter seguido as ordens que me deram. Desejo todos os dias que não tivesse feito o que fiz", falou o piloto, demitido da equipe franco-inglesa após dez GPs e nenhum ponto em 2009.
"Aprendi algumas duras lições nos últimos 12 meses e acho que isso será útil na minha vida. O que não mudou é meu amor pela F-1 e minha vontade de correr de novo", completou Nelsinho, que afirmou saber que terá de começar sua carreira do zero depois do escândalo.
"Espero que alguma equipe reconheça a maneira pela qual fui aprisionado pela Renault e me dê a oportunidade de mostrar o que fiz na F-3 e na GP2."
Na F-3, o piloto foi campeão sul-americano (2002) e inglês (2004). Na GP2, foi vice-campeão em 2006, seu segundo ano na categoria que normalmente é o último degrau antes da F-1.
O brasileiro justificou o fato de ter aceitado bater seu carro por sua situação complicada dentro do time ("um pesadelo") e por Flavio Briatore ser seu manager e chefe da equipe.
"Sempre sonhei em chegar à F-1 e trabalhei duro para isso, mas fiquei à mercê do Briatore, cujo caráter agora é conhecido", disse ele, que ao revelar o escândalo à FIA no final de julho, após ser demitido pelo time, ganhou imunidade para contar tudo aquilo que sabia.
"Não espero que isso seja esquecido ou perdoado, mas agora as pessoas podem tirar suas próprias conclusões sobre o que realmente aconteceu."
O objetivo de Nelsinho é voltar à F-1, mas ele também tem sondagens da Indy.
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