Como o senhor vê as propostas da MP 502?É o primeiro passo de um projeto. O Brasil está fazendo o que outros países já fizeram para ter um crescimento efetivo em Jogos Olímpicos. Mostra uma opção em que o foco é a medalha. Não fala em desenvolvimento do Esporte.
E vai surtir efeito?
Coreia do Sul, Japão e Inglaterra seguiram a mesma linha: injeção de verba pública no alto rendimento. E estão tendo resultados. Pela tendência, o Brasil deve melhorar. Mas é ilusão achar que teremos grandes resultados em 2016. A MP não inclui algo de que senti falta e que esses três países fizeram: se apoiaram nos laboratórios das universidades e investiram na gestão do atleta. Um atleta é como uma empresa: precisa de uma série de bons especialistas ao seu redor para garantir seu melhor desempenho. Só garantir o dinheiro não basta. Até porque o que investimos é um "dinheirinho" perto do que investe a Inglaterra, por exemplo. O custo médio de um campeão é de 50 milhões de euros.
Só ganhar medalhas olímpicas é a solução para a evolução esportiva do país?
Não. Mas é um fator muito importante. Dou aulas na Universidade de East London e fui do COI até 2008. Acompanhei a Inglaterra tentar responder a esse mesmo dilema, numa discussão de uns dez anos. Quando decidiram investir nas medalhas, viram que passaram dez anos desperdiçando tempo, porque a imagem do país campeão vale muito a pena. No Japão, foi a mesma coisa. O governo interveio no esporte de alto rendimento porque, apesar de ser desenvolvido economicamente, no esporte parecia um país de segunda classe. Imagem internacional vale dinheiro. E vale muito. A medalha não é tudo, mas é grande parte de um projeto esportivo.
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