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Personagem

A vida dupla de Lucas Mendes

Lucas Mendes, 21 anos, prefere não definir qual é a sua posição no time do Coritiba. Pode ser zagueiro, sua função de origem, e também lateral-esquerdo, como vem sendo usado pelo técnico Marcelo Oliveira. "Prefiro jogar. Independentemente da camisa 4, 5 ou 6, o importante é jogar", diz.

O prata da casa, reserva no início do ano, ganhou espaço quando Eltinho, contratado no começo da temporada, ficou afastado por causa de um problema gastrointestinal. Após figurar no time vice-campeão da Copa do Brasil, ele voltou temporariamente para a reserva até retomar a camisa 6.

Seu estilo mais defensivo encaixou com o sistema de jogo aplicado por Oliveira. Pela direita, Jonas dá consistência à defesa. Lucas cumpre a mesma tarefa do lado oposto. Situação que pode render frutos no futuro. "Bastante gente até comenta que esse é o estilo que jogam lá [na Europa]. É uma linha de quatro [jogadores] mais defensiva, que marca bastante. É uma característica minha", afirma.

O treinador incentiva. "Recentemente tive uma conversa longa com o Lucas Mendes mostrando esse lado [de que o futebol moderno pede polivalência]. Hoje ele é um zagueiro e um lateral. Um jogador que vai ser muito útil ao Coritiba e que amplia seu mercado de trabalho. Se adaptou bem, mas ofensivamente ainda pode evoluir", analisa.

A dois meses e 11 rodadas do fim da temporada, o Coritiba ainda não se manifesta publicamente sobre seu projeto para 2012. A possibilidade de uma vaga na Liber­tadores e as eleições programadas para dezembro são os motivos do silêncio sobre o futuro. Mas o tempo de alguns bastiões do clube pa­­re­­ce se aproximar do fim.

Do grupo principal coxa-branca, sete atletas têm contrato até o fim da temporada. O goleiro Éd­­son Bastos e os zagueiros Jéci e Pe­­rei­­ra ficam livres em dezembro. Enquanto o meia Tcheco flerta com a aposentadoria, o atacante Bill, o meia Willian Leandro e o lateral-direito Maranhão, emprestados, teriam de retornar para Corinthians, Santos e Corinthians-PR, respectivamente. Para manter Bill, o Coritiba teria de fazer um esforço financeiro.

Com mais de 200 jogos pelo Alviverde, Bastos evita falar so­­bre o assunto. Depois de perder a titularidade para Vanderlei no início do segundo turno do Bra­sileiro, sua permanência é im­­pro­­vável devido ao desgaste com parte da torcida.

Jéci é outro atleta cujo futuro é incerto no Alto da Glória. O defensor, líder do elenco, vai completar 32 anos no ano que vem e sua renovação vai contra o processo natural de renovação do plantel. Em maio, o clube optou por estender o vínculo do jogador apenas até o fim da temporada.

Ao mesmo tempo, tudo indica que o zagueiro Pereira, um ano mais velho que seu companheiro de zaga, será escolhido para manter a experiência no grupo.

"Estou bem aqui, adaptado. Vivemos de tudo, descenso, quebramos recordes. Ainda falta uma grande conquista, um título de expressão. O projeto do clube é muito bom e isso nos motiva a permanecer e ter ambição", dis­­se Pereira.

Segundo o superintendente de futebol Felipe Ximenes, o planejamento alviverde leva em consideração os próximos cinco anos, mas não chegou o momento de falar so­­­­bre renovações e dispensas.

"Em plena competição, faltando pouco menos de um terço do campeonato, acho que não é o momento de falar em 2012", alegou. "Nem em época de contratação eu falo sobre isso, quem dirá agora, faltando 11 rodadas, que vou falar sobre quem eu quero que continue e quem não para o ano que vem", afirmou.

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