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Campinas (AE) – O futebol brasileiro está de luto. Morreu ontem, pobre e sozinho, aos 51 anos, um dos grandes craques da história: Jorge Mendonça. Ex-meia-atacante do Palmeiras, brilhou também no Guarani e na Ponte Preta, e integrou a seleção brasileira em 1978, na Copa do Mundo da Argentina.

Em 1987 e 88, o ex-atleta teve uma breve passagem pelo Colorado (um dos embriões o Paraná). O time contava com jogadores como Ary Marques, Caxias, Tonho e Pacheco, entre outros. Nas duas temporadas, marcou cinco gols pelo Boca.

Jorge Mendonça passou mal na quinta-feira à tarde, no Estádio Brinco de Ouro, onde trabalhava como coordenador no Projeto Bugrinho, que atende crianças carentes. Encaminhado ao Hospital Mário Gatti, por volta das 18h, foi liberado à 0h23, segundo o prontuário. Pela manhã, em casa, sentiu-se mal novamente e com a ajuda da empregada tentou chegar ao hospital. Não conseguiu.

Segundo boletim emitido pelo médico José Geraldo Mendes, da chefia do pronto-socorro, ele chegou morto, por volta das 8h20, e foi dado como morto às 9h38. Aparentemente, a causa é um infarto do miocárdio, o que será confirmado somente após a liberação do atestado de óbito, neste sábado. Seu enterro acontecerá no Cemitério das Acácias, em Valinhos, às 10 h. Por decisão da família o velório será liberado somente a partir das 8 h.

Jorge Mendonça foi um jogador clássico, de passadas largas, exímio cabeceador e cobrador de faltas. Marcou 375 gols na carreira. Chegou a ser chamado de "pipoqueiro" por seus rivais, mas em campo não fugia dos zagueiros. "Eu usava a inteligência e procurava os espaços vazios", se defendia.

Nascido em Silva Jardim (RJ), teve seu grande momento no Palmeiras. É até hoje um dos maiores artilheiros do clube, com 104 gols.

Na seleção brasileira deu azar de rivalizar com Zico. Teve poucas chances com a camisa canarinho e só marcou dois gols. Na Copa da Argentina, em 1978, protagonizou uma cena hilariante, quando ficou aquecendo durante quase todo o jogo diante da Suécia.

Após encerrar a carrreira, em 89, viveu o drama dos jogadores que não se preparam para pendurar as chuteiras. Isolado, pobre, sem o apoio da família, se entregou à bebida. Teve uma vida muito simples, um final precoce e triste para quem alegrou muitos torcedores com seu talento e gols.

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