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“O Drible”: a maior ficção da história do futebol brasileiro, por Robson Martins
O Drible, livro publicado em 2013 e escrito por Sérgio Rodrigues, é o maior romance de ficção já escrito no Brasil utilizando o futebol como pano de fundo. Obviamente que alguns irão discordar, mas eu garanto que vale a pena aproveitar esse período de quarentena por causa da pandemia do coronavírus para conferir se essa afirmação é correta ou não.
Quando fui convidado para participar da série “Melhores Livros de Futebol”, da Gazeta do Povo e da Tribuna do Paraná, não pude pensar em outra obra que tivesse mexido tanto comigo. Talvez o Febre de Bola, de Nick Hornby, esteja no mesmo nível.
Voltando ao “O Drible”, para quem quer entender a magnitude, eu sugiro que pelo menos leia o primeiro capítulo. Nele o pai, Murilo, um conhecido cronista esportivo e já no final da vida, explica ao filho como um “não gol” se tornou espetacular. Trata-se do gol perdido por Pelé contra o Uruguai, na Copa de 70, após um drible mágico de corpo no goleiro Mazurkiewicz.
Se você leu e gostou desse início, siga em frente porque não vai se arrepender. Em duas histórias paralelas é possível entender como a relação de um pai e um filho pode se deteriorar por anos, cheia de rancor e mágoa, e como um jogador chamado Peralvo deveria ter sido maior que Pelé e não foi. O futebol é um pano de fundo, é um quase um personagem por si mesmo, mas de uma maneira fácil e simples de entender.
Todas as histórias se entrelaçam para um fim igualmente espetacular. É muito difícil um livro ser bom no começo, no meio e no fim. Porém, após reler a obra seis anos depois da primeira vez, posso garantir que “O Drible” é assim. Como disse o craque Tostão, “é o livro que eu gostaria de ter escrito”.
Eu também, Tostão. Eu também.
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