As russas são mesmo um pesadelo para as brasileiras no vôlei. Novamente, a seleção brasileira não conseguiu transpor o paredão da Rússia e foi derrotada na segunda rodada da fase final do Grand Prix, por três sets a dois (25/16, 15/25, 19/25, 25/17 e 15/13) nesta quinta-feira, em Ningbo, China. Ainda não foi desta vez que o trauma pelas derrotas na semifinal das Olimpíadas de Atenas e na final do último Mundial foi superado.
Com o resultado, ambas as equipes estão com uma vitória e uma derrota nesta fase decisiva. Na madrugada desta sexta-feira, às 2h30m (de Brasília), pela terceira rodada da fase final, o Brasil enfrentará a Holanda. O SporTV transmite a partida ao vivo. Já a Rússia jogará com a Polônia, duas horas depois.
O jogo
O Brasil começou bem e abriu logo três pontos de vantagem, o que fez o técnico da equipe russa, o italiano Giovanni Caprara, pedir tempo para tentar acertar sua equipe. Mas num erro das russas, as brasileiras chegaram a 4 a 0, e num bloqueio logo a seguir fizeram o seu quinto ponto.
A seleção errava muito pouco e manteve a vantagem de cinco pontos até a primeira parada técnica: 8 a 3. Após dois toques de Paula Pequeno, numa tentativa de levantamento, e uma cortada para fora de Sheilla, as russas encostaram no marcador: 9 a 6.
A equipe brasileira passava a sentir a pressão da Rússia. Sassá levou um bloqueio e logo depois errou uma recepção, o Brasil ficou só com um ponto de vantagem e acabou cedendo o empate (10 a 10).
As brasileiras pareciam ter se perdido, permitiram a virada, mas quando devolveriam de graça uma bola para a quadra russa, Gamova e Akulova se chocaram e permitiram o empate brasileiro. Só que o Brasil parava no bloqueio russo e a Rússia abriu três pontos de frente: 15 a 12.
Neste momento, o técnico José Roberto Guimarães pôs Thaisa em quadra antes da segunda parada (16 a 13 para as russas). A irritação do treinador era visível:
- Vocês estão afrouxando de novo para a Rússia. O placar está assim porque nós deixamos. Até quando a gente vai se intimidar com a equipe russa?
O panorama não mudou, e Zé Roberto resolveu tirar Sassá e colocar Érika em quadra. Porém, neste momento o jogo já estava nas mãos da Rússia, que vinha de duas derrotas consecutivas, uma na fase classificatória e outra (para a Itália) na estréia nesta fase final. E as russas abriram cinco pontos de vantagem com certa facilidade: 20 a 15.
Num bloqueio duplo sobre Érika, a Rússia fez 21 a 15 e num saque de Akulova, as russas fizeram o 22º ponto e ficaram muito próximas de fechar o set. Zé Roberto ainda tentou trocar sua levantadora (Carol Albuquerque saiu para a entrada de Fabíola), mas nada adiantou: Rússia 25 a 16.
Segundo set
O Brasil voltou a começar bem e abriu 3 a 0. Mas as russas conseguiram equilibrar o jogo, porém sem conseguir a dianteira no placar. Houve muitos erros de saques de lado a lado, mas as brasileiras pareciam mais equilibradas em quadra e foram para a primeira parada técnica com 8 a 5 a seu favor.
O time brasileiro voltou bem à quadra e num bloqueio de Fabiana sobre Gamova, o Brasil abriu cinco pontos de vantagem: 10 a 5. Neste momento, Caprara pediu tempo. Mas as brasileiras mantiveram o ritmo e abriram seis pontos: 14 a 8.
O saque de Fabiana entrava bem e num erro de ataque da Rússia, o Brasil abriu para 15 a 8 o marcador e foi para a segunda parada técnica com 16 a 9. O apagão do primeiro set era coisa do passado neste momento e as brasileiras administravam a vantagem no placar: 18 a 9.
Numa bola de segunda de Carol Albuquerque, o Brasil pôs 19 a 10 no marcador e, logo em seguida, abriu dez pontos de vantagem (20 a 10). Com diferença tão expressiva, o empate era iminente, mesmo com as russas lutando muito para reduzi-la. Com 21 a 15, Zé Roberto pediu tempo para reacender seu time.
E a equipe retornou bem e fez dois pontos seguidos (23 a 15). Com bloqueio duplo de Sheilla e Fabiana, o Brasil ficou com um set point a seu favor e fechou em seguida com 25 a 15.
Terceiro set
Ao contrário dos dois primeiros sets, o Brasil não saiu com vantagem. A partida era equilibrada, e depois de as russas abrirem dois pontos de vantagem (4 a 2), as brasileiras chegaram ao empate, após erro de ataque da adversária e viraram para 5 a 4. As russas empataram, mas a seleção brasileira estava bem em quadra e foi para a primeira parada técnica com vantagem de três pontos: 8 a 5.
Na volta as russas fizeram dois pontos seguidos, mas numa bola de segunda de Carol Albuquerque, o Brasil pôs 9 a 7 no placar. No entanto, num bloqueio triplo em cima de Sassá, as russas empataram em 9 a 9. O Brasil retomou o jogo e abriu três pontos (12 a 9) após saque de Carol Albuquerque."É a hora de dar o troco!"Paula Pequeno
As brasileiras foram para a segunda parada técnica com 16 a 11 a seu favor. O time de Zé Roberto voltou bem à quadra, abriu 19 a 13 e aproveitando-se dos erros das russas ia construindo a virada na partida. Após bola na rede, que tocou no rosto de Sassá, o Brasil fez 21 a 15.
Com um cartão amarelo para o técnico da Rússia, que reclamou da arbitragem, a seleção brasileira ganhou um ponto de graça e chegou a 24 a 18, e num bloqueio de Fabiana, fechou o set com 25 a 19.
Quarto set
As russas começaram melhor o terceiro set e foram ampliando sua vantagem. Pouco antes da primeira parada técnica, Alimova recebeu uma bolada no estômago e teve de deixar a quadra. mesmo com o desfalque, a equipe da Rússia foi com quatro pontos de vantagem para a parada: 8 a 4.
Com 10 a 5 a favor das russas, Zé Roberto pediu tempo para nova bronca nas suas jogadoras. A equipe deu uma resposta imediata, mas errava os contra-ataques e a vantagem de cinco pontos se mantinha a favor da Rússia: 12 a 7. O Brasil tentava reagir, mas as russas mantinham o ritmo e a boa vantagem no marcador. Com isso, foram para a segunda parada técnica com 16 a 10 a seu favor.
O time brasileiro não conseguia se recuperar, e a seleção russa se mantinha tranqüila. A diferença foi crescendo e chegou a 20 a 12, quando Zé Roberto voltou a pedir tempo. O set estava à feição das russas e a partida iria mesmo para o tie-break. O quarto set terminou com 25 a 17 para a Rússia.
Tie-break
As russas começaram na frente no tie-break, mas as brasileiras conseguiram virar após dois erros das adversárias. O time russo voltou a empatar, mas Sheilla explorou o bloqueio russo e pôs o Brasil novamente na frente: 3 a 2. A partida era equilibrada e a seleção brasileira conseguiu abrir dois pontos de vantagem com um saque de Sheilla: 5 a 3.
Numa cortada de Carol Gattaz, as brasileiras puseram 6 a 3 no placar e o técnico da Rússia pediu tempo para tentar parar o Brasil. A equipe brasileira se mostrava segura na partida até aquele momento, mas depois de uma jogada controversa, em que a árbitra deu que a bola não tocou no bloqueio russo e foi para fora, o que faria o Brasil abrir para 8 a 4, o jogo ficou em 7 a 5 e as brasileiras se descontrolaram. Assim, as russas viraram para 8 a 7, antes da troca de quadra.
O time brasileiro se perdeu, as russas foram tomando conta do jogo e abriram três pontos de vantagem: 10 a 7. A esperança brasileira veio num erro das russas que reduziu a vantagem adversária para um ponto (10 a 9). A partida se tornava dramática, mas a defesa brasileira deu uma bobeada e as russas numa largadinha abriu para 12 a 10. Num erro de recepção do Brasil, a Rússia fez o 13º ponto, quando Zé Roberto pediu tempo.
- É a hora de dar o troco! - gritou Paula Pequeno às companheiras.
Mas apesar de ter feito um ponto, logo depois a Rússia conseguiu um match point numa marcação da arbitragem mais uma vez contestada pelas brasileiras, que reclamavam de toque na rede do bloqueio russo. O time brasileiro ainda encostou em 14 a 13 e Giovani Caprara pediu tempo. Na volta a Rússia fechou o jogo com 15 a 13.
Deixe sua opinião