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Os recentes casos de doping divulgados no esporte brasileiro são a exceção à regra, afirma o médico Eduardo De Rose, especialista em doping do Comitê Olímpico Brasileiro (COI). Os 11 atletas afastados – nove do atletismo e dois do halterofilismo paraolímpico – em menos de 30 dias são uma minoria que coloca em segundo plano, perante o público, a preocupação das confederações nacionais em inibir o uso de substâncias que resultam em melhora de desempenho. "O que acontece é que esses casos ganham muita repercussão na mídia, mas são poucos", diz.

A opinião do especialista é baseada nos números. Dados da Associação Mundial Antidoping (Wada, na sigla em Inglês) apontam que dos 5.874 exames feitos em 2007 nos laboratórios credenciados pela instituição no Brasil, apenas 52 tiveram resultados adversos, o equivalente a 0,89% do total.

O mesmo relatório aponta que, no mundo todo, o ciclismo foi o esporte com o maior índice de do­pings confirmados (3,91% dos exames indicaram doping) em 2007, seguido do boxe (3,16%). A principal substância utilizada ainda são os anabolizantes, presentes em 47,9% dos exames com resultados adversos.

O comentarista esportivo e ex-velocista Robson Caetano aponta o dinheiro – mais que a honra de ocu­­par o topo do pódio – como principal fator de prática do doping. "Às vezes a cabeça do atleta fica meio confusa mesmo. Por cifras, que já no meu tempo (década de 1990) eram enormes, que os atletas se arriscam em usar substâncias proibidas", fala.

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