Zidane deu as boas-vindas a todos os torcedores que foram à Arena do Grêmio assistir ao amistoso entre Brasil e França, neste domingo. Não Zinedine Zidane, o craque nascido em Marselha, descendente de argelinos, carrasco da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1998 e 2006. Mas Alberto Fernando de Oliveira Vurgutz, o Zidane, dono do mercadinho batizado com o seu apelido e o nome do ex-jogador francês , localizado a cerca de 500 metros do estádio.
O Minimercado Zidane é parada obrigatória dos torcedores que frequentam a Arena do Grêmio. Além de ficar na margem da via de acesso ao estádio, o comércio ficou conhecido em reportagens feitas pela imprensa gaúcha antes do jogo de inauguração, em dezembro do ano passado.
Todos os torcedores que passam pelo mercado param para tirar foto e tentar conhecer o Zidane genérico. Quem cumpriu esse roteiro neste domingo saiu um pouco frustrado. Alberto foi levado à Arena do Grêmio para uma reportagem de tevê e coube à mulher e à filha matar a curiosidade dos visitantes.
Por que Zidane? "Ele tinha o apelido de Zidane e quando abrimos o mercado, decidimos chamar de Zidane. E ele é parecido mesmo." Ele é tricolor ou colorado? "Gremista!". Vai torcer pelo Brasil ou pela França? "Pelo Brasil, claro." Ele joga bola? "Joga, sim. Faz muitos gols."
Embora satisfeita com o movimento e a fama trazido pelo estádio, a família do Zidane gaúcho revela uma preocupação trazida pelo novo vizinho. Para concluir o complexo do qual a Arena faz parte, com prédios comerciais e um condomínio, a OAS, construtora responsável pela obra, precisa do terreno hoje ocupado por uma favela e pelo Minimercado Zidane.
"A prefeitura já veio falar que quer fechar o estádio e precisa do terreno. Mas querem nos colocar no aluguel social por 400 reais. Não dá. Em qualquer lugar a gente vai pagar 800, mil reais de aluguel", reclama Clélia Maria Rodrigues, mulher do Zidane genérico, sentindo-se tratada como se tivesse em casa um verdadeiro carrasco da nação.