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O Campeonato Paranaense 2006 está sendo diferente para as torcidas da Capital. Acostumadas a ver os seus times a vencerem as equipes do Interior, neste início de estadual a situação se inverteu e os "pequenos" estão levando vantagem e dominam a tabela de classificação.

Mesmo com orçamentos modestos, comparados aos do trio de ferro, as equipes do interior estão na ponta da tabela, até está quinta rodada, o Paranaense 2006. Quando o estadual começou, os técnicos dos times da Capital afirmaram que a preparação física seria um diferencial, pois as equipes do interior começaram antes a pré-temporada.

A expectativa era que na quarta rodada Atlético, Coritiba e Paraná estariam em plenas condições físicas, porém, o prazo passou e os resultados negativos continuam acontecendo. Nesta quinta rodada, apenas o Paraná conseguiu um ponto, no empate por 1 a 1 com o Paranavaí. O resultado teve gosto de derrota para o Tricolor, pois jogou em casa.

Rio Branco

Além da diferença de preparação física, o que mais salta aos olhos entre os times da capital e do interior é em termos financeiros. A equipe líder do grupo A, o Rio Branco tem um orçamento de R$ 60 mil por mês, contando jogadores e comissão técnica. "Nós contratamos atletas com os pés no chão e só temos que agradecer aos jogadores e ao técnico Itamar Bernardes pelo trabalho feito até agora", explicou o vice-presidente de futebol, Erwin Walter Aal Jr., o "Vivi".

O Rio Branco começou a preparação para o Paranaense no dia 28 de novembro de 2005, os atletas foram dispensados no dia 22 de dezembro e se reapresentaram no dia 2 de janeiro para continuar os treinamentos.

Galo Maringá

O presidente da Sociedade União Esportiva Maringá (Galo Maringá), Marcos Falleiro, não acredita que o time esteja jogando tão bem no Campeonato Paranaense 2006. Apesar da 3.ª colocação com 10 pontos, o dirigente sabe que o time tem mais potencial. "Nós estamos satisfeitos com o apresentado até agora, mas sabemos que o time pode e vai render muito mais em campo", disse.

Os créditos pela boa posição são dados a todos. "Estamos na 3.ª colocação graças ao trabalho e a dedicação dos nossos funcionários. Porém, temos que citar a fase ruim dos times da capital. Isso está contribuindo para o sucesso dos times do interior", explicou Falleiro.

Com relação a investimentos, o presidente do clube afirmou que o maior gasto foi feito no ano passado. "Na verdade gastamos bastante dinheiro para montar o time que foi campeão da Série Prata. Nesta temporada mantivemos a mesma base de jogadores e o entrosamento e a preparação física são os responsáveis pelos bons resultados".

Os gastos mensais do Galo Maringá giram em torno dos R$ 130 mil por mês. Deste valor, R$ 100 mil são utilizados para manter a folha salarial dos jogadores e comissão técnica do clube.

Como objetivo, o Galo pretende chegar no mínimo na 4.ª posição deste Campeonato Paranaense. "Queremos garantir a participação do clube na Série C do Brasileirão e, por que não, uma vaga na Copa do Brasil de 2007. Para isso precisamos chegar à terceira colocação", concluiu Falleiro.

Cianorte

O vice-líder do grupo A, o Cianorte conta com um orçamento um pouco maior que o Rio Branco. De acordo com o presidente, Marco Antonio Franzato, o Cianorte gasta R$ 75 mil por mês, para manter a equipe no Paranaense. Os salários da equipe variam de R$ 500 a R$ 3 mil, o mais alto.

"O nosso planejamento quanto à classificação está sendo cumprido. Se tivéssemos um orçamento maior, de R$ 100 mil por mês, estaríamos com um time para disputar o título", explicou Franzato. O Cianorte tem seis jogadores da categoria de base jogando na equipe profissional.

A zaga é toda formada por garotos, Diego, Wilian e Montoya subiram dos juniores, o goleiro Danilo, o meia Fernandinho e o volante Emanuel também incorporaram a equipe profissional para a disputar o Paranaense. Os seis jogadores têm idades entre 18 e 19 anos. O Cianorte começou a preparação para o Paranaense no dia 5 de dezembro e deu folga aos jogadores no dia 23, para as festas de fim de ano. Os atletas voltaram aos treinos no dia 27 de dezembro.

Londrina

O Londrina está enfrentando uma nova fase em sua vitoriosa história. Após a queda para a Série C do Brasileirão em 2004, o clube trocou sua filosofia, reestruturou a diretoria e departamento de futebol, e quer voltar a ser a grande força do interior do estado.

No Paranaense deste ano a equipe é vice-líder do Grupo B com 9 pontos conquistados. "Isso é fruto do empenho dos nossos atletas, a postura profissional da nossa comissão técnica e as cobranças constantes por resultados feitas pela diretoria", afirmou o diretor de Futebol, Sidclei Menezes.

Com uma folha salarial de R$ 80 mil, entre atletas e comissão técnica, o time aposta das categorias de base e jogadores desconhecidos. "Nesta semana promovemos seis jovens atletas que estiveram na Copa SP de Juniores. Além disso, nossos olheiros trouxeram bons jogadores do interior de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro", disse Menezes.

O objetivo do Tubarão nesta temporada é ser o número 1 do interior do Paraná. Além disso, a grande meta é fazer com que o time volte a ser um "celeiro" de novos talentos. Com as metas conquistadas, o Londrina teria vaga na Série C e Copa do Brasil em 2007.

Paraná

O presidente do Paraná, José Carlos de Miranda, informou que no Paranaense o clube gasta 20% a menos que no Brasileirão. "O que difere são os salários que são um pouco mais baixos, mas as outras contas de água, luz, refeitórios, além de manter a categoria de base, comissão técnica e jogadores continuam as mesmas", explicou Miranda.

Segundo o dirigente, somadas todas as despesas o Paraná tem um gasto que gira em torno de R$ 400 mil por mês, um valor bem acima dos apresentados pela diretoria do Rio Branco e do Cianorte. O salário mais alto do clube é pago para o goleiro Flávio, que recebe R$ 35 mil por mês, mais da metade do orçamento geral do Rio Branco.

Atlético

O presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury da Rocha, foi procurado pela reportagem da Gazeta do Povo Online para comentar sobre o orçamento do clube, mas não foi encontrado. No entanto, as cifras na Arena da Baixada giram próximas de 1 milhão de reais. A chegada do técnico alemão Lothar Matthäus, prevista para o dia 1º de fevereiro, vai dar um aumento significativo nos gastos atleticanos.

Coritiba

O Coritiba mantém a tese de que o campeonato estadual é deficitário. Além de ver a cota de televisão ser reduzida em 50% - caindo de R$ 11 milhões para R$ 5,5 milhões - os gastos para manter um elenco qualificado para tentar retornar à elite do Brasileirão são bem altos.

Atualmente, estima-se que a folha salarial do clube esteja em torno dos R$ 750 mil por mês. Os valores não foram confirmados pela diretoria, mas os números realmente estão nesses patamares.

"Não vem ao caso mencionar valores, e eu não queria falar sobre isso, mas a nossa folha ainda é de um time de 1.ª divisão. Porém, temos apenas uma folha salarial unificada, ou seja, nela estão os salários de todas as categoriais do futebol – juniores, juvenis, profissional - funcionários do clube e a comissão técnica", afirmou o secretário da Diretoria Executiva, Luiz Henrique de Barbosa Jorge, o "Espeto".

Para a montagem do elenco da temporada 2006, ainda não existem números oficiais sobre o investimento feito. "Ainda não temos um valor, já que as contratações podem ser feitas até esta sexta-feira quando se encerra o prazo para o registro dos atletas. Porém, o fim do prazo de inscrição não vai restringir nossa busca por reforços. Estamos montando um time para ganhar a Série B, não só para o paranaense", disse.

Em relação a esse assunto, o dirigente explica que tudo está sendo feito dentro do orçamento. "Nós somos um clube responsável. Todas as contratações estão sendo feitas dentro de planejamento financeiro e dentro de nossas possibilidades".

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