O Santos venceu o Guarani por 3 a 1, nesta quarta-feira à noite, na Vila Belmiro, pela quarta rodada do Brasileirão, gols de Neymar, André e Marcel. Baiano descontou para o Bugre. Quem lê a notícia tem a impressão de que foi um jogo simples, tranquilo, mais um show dos meninos da Vila. Ledo engano. O Peixe jogou mal e foi envolvido em grande parte da partida. André, Neymar e Ganso, que foram punidos semana passada por terem chegado atrasados à concentração após uma balada, não foram bem. Até os 41 minutos do segundo tempo, o jogo estava empatado em 1 a 1, e o Alvinegro Praiano era sufocado. Mas bastou o Peixe apertar um pouco para consolidar a vitória.
O resultado fez o campeão paulista chegar à vice-liderança, com oito pontos. O time de Campinas é o 12º colocado (cinco). O Santos volta a campo domingo, para disputar o clássico contra o Corinthians, às 16h, no Pacaembu. O Guarani, nos mesmos dia e horário, recebe o São Paulo no Brinco de Ouro, em Campinas.
Garotada dorme, e Bugre aparece
O Santos começou como de hábito. Logo aos dois minutos, em jogada construída por Ganso e Neymar, abriu o placar. O meia, num daqueles seus lançamentos primorosos, achou o atacante que entrava livre pela esquerda. Neymar, que mudou o visual e misturou tranças ao seu moicano, dominou, foi para cima de Ailson, deu um corte para dentro e chutou fraco. A bola seria defendida tranquilamente pelo goleiro Douglas, mas desviou no beque e entrou.
Os meninos pareciam se redimir da insubordinação (eles foram até barrados e não jogaram contra o Atlético-GO, sábado passado). O Peixe golearia? Nada disso. Apenas impressão. A partir do gol, passou a abusar. Dribles, chapéus (Ganso acertou dois lençóis), toques de letra. Mas nada muito produtivo. Quando retomava a bola, o Bugre partia a toda velocidade. Quem esperava Neymar bagunçando a defesa do Bugre viu Mazola tirando os zagueiros santistas para dançar. Pará foi o que mais sofreu com as investidas do camisa 11 às suas costas.
O Santos até tinha espaços para atacar, mas o Guarani era quem criava as melhores chances. Aos 12, com Baiano, em cobrança de falta que tirou tinta do travessão de Felipe. Aos 13, com Mazola aparecendo livre por trás de Pará e obrigando o goleiro santista a praticar grande defesa. Aos 15, Mazola, de novo, costurou os zagueiros santistas e foi desarmado na hora H por Felipe.
Os santistas, dispersos, comportavam-se como se o jogo ainda não tivesse começado. Além de marcar muito mal, desperdiçavam passes nas saídas de bola. O gol do time campineiro era questão de tempo. E ele veio aos 37, numa cobrança de falta de Baiano, que acertou bom chute de direita no contrapé do goleiro Felipe, que demorou para ir na bola.
Peixe joga mal, mas aperta no fim e garante vitória
Nada mudou no segundo tempo. Os santistas dormindo e o Guarani dominando o jogo. Neymar, que só chamou a atenção por causa da novidade no corte de cabelo, chegou a ser vaiado. Improdutivo, o garoto estava mais preocupado em enfeitar as jogadas. Foi facilmente desarmado porque abusou demais.
Com Léo e Pará presos, o Santos insistia nas jogadas pelo meio. Batia no muro verde e voltava. O Bugre, marcando muito bem pelo meio, explorava as costas dos dois alas santistas e as falhas de marcação de Wesley. O time campineiro, embora tivesse a bola e o espaço necessários, só conseguiu ameaçar efetivamente pela primeira vez aos 23, num chute de Rodrigo Hefner, que obrigou Felipe a se esticar todo.
Vaiado pela primeira vez, Neymar foi substituído aos 29 minutos. A essa altura, o Santos estava acuado, e o Guarani já fazia por merecer a virada.
No entanto, o Peixe resolveu acordar. Forçou um pouco mais o jogo pelas laterais, acertou os passes e chegou aos gols. Aos 41, Léo chegou à linha de fundo pela primeira vez e cruzou. Marcel mergulhou para desempatar de cabeça. Dois minutos depois, André, que mal havia dominado a bola durante todo o jogo, recebeu na entrada da área e tocou na saída do goleiro, fechando o placar na Vila em 3 a 1.