Torcedores de Atlético Paranaense e Coritiba encamparam a ideia e estão participando ativamente do desafio. Qual é o seu Atletiba inesquecível disputado no Couto Pereira? Envie você também o seu relato.
As histórias, sempre cheias de saudosismo, com alegrias e tristezas, contribuem para esquentar o clima do maior clássico do futebol paranaense (marcado para as 16h de domingo, dia 25, no estádio Couto Pereira).
Envie seu depoimento para arquibancada@gazetadopovo.com.br. Os melhores relatos (um do Furacão e outro do Coxa) serão publicados na edição impressa da Gazeta do Povo de domingo.
A seguir, todos os depoimentos enviados (por ordem de chegada) das 13h às 21h desta terça-feira (20). As chegadas até as 13h você vê aqui:
"O dia 01 de agosto de 1990 ficará para sempre na minha memória. Eu poderia citar o Atletiba de domingo (05/08), pois foi final, mas o de quarta (01/08) foi inesquecível por eu ter vivido a situação mais inusitada do meu históico em estádios de futebol. Na época eu, com 17 anos, trabalhava em um escritório no centro de Curitiba. Estava sem dinheiro para comprar um ingresso e ir ao estádio (queria ir no Atletiba final, domingo), então passei a depender da 'ajuda' de amigos que pudessem me ajudar.
Pois bem, no meu trabalho a torcida era bem dividida, entre torcedores Coxas e rubro-negros, mas a chefia, na sua maioria, era toda coxa-branca. Dois desses 'rivais' torcedores me propuseram um desafio, me levariam ao jogo, como convidado, com uma condição, que eu ficasse sentado ao lado deles, no meio da torcida coxa. Os dois 'amigos' possuiam cadeiras, o que na época era algo para quem realmente podia. De imediato aceitei, com receio é verdade, mas o que me interessava era assistir ao jogo.
Como o jogo era em um dia de semana (quarta-feira), me lembro que após o expediente fomos a casa de um dos dois amigos, e ficamos por ali até a hora do jogo, sendo que a todo instante eu era provocado pelo fato de ter que assistir ao jogo no lado da torcida coxa. Já no estádio tudo aquilo me parecia estranho, estar em um Atletiba, vendo a fanática torcida atleticana fazendo festa no estádio e eu ali, inerte, tendo que ficar quieto e ouvir as mais diversas provocações dos coxas aos rubro negros.
Começa o jogo, e meu coração disparou. A cada lance do coxa se levantava, e eu também, não podia deixar de disfarçar. A cada jogada do Furacão eles xingavam e meus 'amigos' me olhavam, como quem dizendo 'Se você falar alguma coisa te entregamos heim'. O coxa abriu o marcador e eu já estava com vontade de ir embora dali, tamanho sofrimento e gozação dos 'amigos'. Eis que num lance de bola parada, numa falta magistralmente cobrada por Gilberto Costa, entra solto na área o 'monstro' chamado Dirceu, jogador de incrível raça e que marcaria pra sempre o nome no coração da torcida atleticana. Fiquei ali, contido, sem graça, acuado. Mas por dentro estava explodindo de emoção. Me levantei, disse que ia ao banheiro, fui até a divisão de torcida e disse ao policial ali postado. 'Meu senhor, eu sou atleticano, estou aqui deste lado porque um amigo coxa pagou meu ingresso. Por favor, me deixe passar'. Ele disse: 'Passe ali do lado para ninguém ver' e completou: 'Ah, também sou atleticano e vamos ser campeões em cima deles'.
Assisti o final do jogo ao lado na Nação Atleticana e depois fui embora feliz, sem minha carona é claro, já que meus 'amigos' não me levariam embora, mas sabendo que ganharíamos o título, depois de um jogo inesquecível como aquele. No domingo fui ao jogo final e o Furacão foi campeão, mas aquela quarta-feira, 01 de agosto, ficará marcada pra mim como o meu Atletiba inesquecível. Um abraço a todos".
Cristiano Barbosa dos Santos.xxx
"Sou atleticano desde 77 (meu nascimento), e meu Atletiba inesquecível foi dia 16/04/95, o qual meu time perdeu de 5 X 1. Este clássico foi inesquecível, pois foi neste jogo que o Atlético mudou sua história, e que também ouvi, mesmo estando aos prantos, o presidente Petraglia dizendo "a partir desta data, o Atlético mudará sua história". Foi a partir daí, que veio a nova Baixada, os títulos, os craques e as alegrias. Respeito muito o Coxa, mas a cada glória deles, a nossa é em dobro".
Cesar Augusto Ferreira Jorge, 31 anos.
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"A data era 29/08/2004. Me lembro que no dia do jogo tinha prova do ENEM, deixei de fazer ela, perdi uma possível bolsa do Prouni, mas vi meu Furacão vencer e silenciar o Couto mais uma vez
O jogo era válido pelo returno do Brasileirão. O Furacão despontava na tabela em busca do bicampeonato brasileiro, mas o Coritiba estava disposto a estragar a caminhada do Furacão. Naquela tarde um clima de tensão, alegria, ansiedade e de certeza da vitória vinha da massa rubro-negra.
Mas o coxa saiu na frente do placar com gol de Alemão. O time do Alto da Glória se manteve por quase toda partida, até que Fernandinho empatou a partida para delírio da massa Atleticana, e quase no fim da partida, o coração valente Washington virou o jogo. Explosão geral nas arquibancadas, a curva dos fundos do Couto Pereira quase foi abaixo. Coritiba 1 x 2 Atlético".
Mauro Berg.
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"Campeonato Brasileiro de 2004, esse foi o Atletiba mais marcante no Alto da Glória. O Atlético vinha muito bem no campeonato, o segundo disputado por pontos corridos. O Atlético tinha um time fantástico, o quarteto Jadson, Fernandinho, Washington e Dagoberto causavam pavor em qualquer adversário, mais clássico é clássico e o Coritiba vencia o jogo por 1x0 até os 30 minutos do segundo tempo.
Eis que surge a virada espetacular em questão de minutos. O primeiro marcado por Fernandinho e quando a galera Rubro-Negra ainda comemorava o empate, Washington vira o placar Atlético 2x1 Coritiba, e a festa tomou conta das arquibancadas de fundo do Couto Pereira. Naquele momento o Atlético se fortalecia e alcançava a liderança do campeonato brasileiro que depois detalhes como a tragédia de Erechim impediram o bi atleticano, mais sem dúvida nenhuma foi o meu Atletiba inesquecível no Alto da Glória.
Conta o meu amigo Junior coxa-branca que quando o Atlético empatou o jogo ele foi buscar uma cerveja e não viu o 2º gol do Atlético, quando o jogo acabou ele indagou seu colega dizendo - Olha o tipo deles, comemorando empate. Mas o amigo dele falou, não eles viraram o jogo!
Por estes detalhes que nunca mais esquecerei este Atletiba! Atletiba é no campo e nas arquibancadas. Fora do estádio, muita paz".
Rafael F. Dal-Comuni.
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"05 de agosto de 1990. Data inesquecível. Como coxa-branca, curiosamente, o Atletiba da final do paranaense daquele ano foi o que mais me marcou como torcedor. Digo curiosamente porque não fomos campeões e tivemos de observar a festa deles do outro lado das arquibancadas. Porém, para mim, um ingrediente especial me motivava para aquele clássico: neste dia eu completava 10 anos de idade. Dez anos como torcedor do Coritiba. Lembro-me como se fosse hoje. Era um domingo bonito, céu aberto e eu ganhei a primeira bicicleta da minha vida.
Ser campeão em cima do maior rival era a cereja do meu bolo. Fomos em um Opala Comodoro ano 79 do meu irmão mais velho. Eu fui no banco de trás, segurando orgulhosamente a bandeira do Coritiba pelo lado de fora do veículo. Ela (a bandeira) tremulava com beleza e formosura pelas ruas de Curitiba. Em um Couto Pereira lotado, só pensava em comemorar o título. Mas o Berg, zagueiro coxabranca na época, não deixou.
Perdíamos o jogo, conseguimos a virada, vencíamos por 2 a 1, mas este rapaz loiro, bom jogador inclusive, resolveu recuar a bola para o goleiro Gérson, quase dentro da pequena área. Golaço de cobertura. Um mar vermelho e preto explodiu bem na minha frente. Drama no dia do meu aniversário que me fez entender o que realmente é o sentimento de amor por um clube de futebol. Não senti raiva, nem tristeza.
Neste dia, meu amor pelo Glorioso Coritiba Foot Ball Clube só aumentou, pois pude perceber que paixão também é construída nas derrotas, por mais dramáticas que elas sejam. Ah, só pra constar, nós não perdemos... Empatamos... O empate era atleticano, mas isso é apenas um mero detalhe... O título ficou com eles, mas eu fiquei com meu amor fortalecido pelo meu time do coração. Perdi a cereja do meu bolo de aniversário, mas ganhei uma paixão incondicional e fervorosa. Dramático, porém inesquecível".
Renato Becker de Oliveira, jornalista e fotógrafo.
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"Natural de Santa Catarina, vim morar em Curitiba em 1971, para estudar e fazer faculdade futuramente, em 1971.
Não tinha paixão em particular por nenhum clube da capital. Amigos e familiares que moravam em Curitiba, tinham paixão ou pelo Coritiba outros pelo Atletico Paranaense. Os dois times eram rivas e ambos lutavam para ser o melhor. Colegas, amigos e familiares me cobravam uma definição constantemente, para definir afinal qual seria o meu time de coração e futuro torcedor.
A cobrança era tanta que em um belo dia iria ter Atletiba na Estadio Couto Pereira e eu me decidi pelo seguinte: Quem ganhasse o Atletiba hoje, seria o meu time de coração. Foi um jogo espetacular de ambos os lados. Tempo de Sicupira do Atlético, capitão Hidalgo do Coritiba. O placar final foi de 4x3 para o Atlético.
Casei com uma linda coxa branca e hoje temos duas filhas lindas, atleticanas, a mais velha mais fanática do que a mais nova. Ela que me motivou a comprar 02 cadeiras no novo Estádio da Arena, onde temos 02 lugares permanentes e torcemos pelo nosso time".
Gilberto Alves da Rocha.
xxx"Recordar é Viver: Domingo, 5 de agosto de 1990, última partida da decisão do paranaense. No Couto Pereira havia 55 mil torcedores. Estádio explodindo de gente, nervos à flor da pele. O Atlético precisava de um empate para ser campeão. Logo de cara, aos 5 minutos, Dirceu O Predestinado abriu o marcador. O Couto quase caiu. Nós explodimos numa festa poucas vezes vista dentro de um estádio de futebol. O Atlético estava a caminho do título, mas, como todo Ateticano sabe, não há caminhos fáceis na vida do Atlético e os verdes viraram ainda no primeiro tempo: 2 a 1.
Veio o segundo tempo. Jogo tenso, duro, nervoso e disputado: um Atletiba com todos os ingredientes que sempre o caracterizaram, a guerra com todos os seus horrores. O tempo passava, e nada de o Atlético conseguir o empate! Mas o título seguia indefinido, ainda que estivesse cada vez mais perto dos verdes. O tempo escorria entre os dedos. Os dedos se cruzavam em prece. A prece e a pressa eram nossas, a fé e o merecimento também e, por isso, obtivemos o grande milagre. Odemílson cobrou lateral na ponta-esquerda, a zaga do Coritiba fez lambança e Berg, pressionado por Dirceu, tentou consertar, cabeceando para trás, buscando mandar a bola para escanteio. No entanto, a bola, caprichosamente, encobriu Gérson e foi morrer no fundo das redes do Coxa, para explosão do povão atleticano no Couto Pereira. Eram 26 minutos do segundo tempo, quando o placar apontou 2 a 2, finalmente, de uma vez por todas e para todo sempre! Atlético Campeão Paranaense de 1990, na final mais eletrizante da história do futebol do Paraná".
Rafael Fonseca Lemos.
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"Foi no Brasileiro de 2005, no dia 15 de outubro, meu primeiro e único Atletiba no Couto Pereira. O Coxa já era candidato a 2ª. divisão. Naquele sabado véspera do jogo liguei para minha irmã.
- Renata, vamos no jogo, nós vamos ganhar! Santa inocência a minha, achar que naquele momento era só ir lá e comprar o ingresso, como quem vai na padaria e pede cinco pãezinhos. Ela me disse:
- Não tem mais ingresso, agora só na mão de cambista! Bom, paciência, o jeito vai ser ouvir no radinho. Mas eu não estava satisfeita.
- Renata, vamos atrás de cambista! Nós vamos ganhar esse jogo, e eles vão para 2ª. divisão. Comprar ingresso de cambista, sempre fui contra. Mas aqui confesso minha primeira contravenção, comprando pela primeira e única vez na minha vida, um ingresso de cambista. Ingresso na mão, vamos lá. Passei o dia todo ansiosa, era a minha primeira vez no Couto Pereira para ver um Atletiba. Quando minha irmã chega e logo diz:
- Você está louca. Vai trocar de roupa, não pode ter nada de vermelho e preto, temos que ficar incógnitas e lá é muito frio! Lá não é como na Arena e vamos ficar de pé. Coloca roupa bem confortável. Mais uma vez, a inocência em pessoa estava toda de vermelho e preto, sem vergonha de mostrar meu amor pelo Atlético. Volto para casa troca rápido de roupa, nada de vermelho. Que frustração! E lá vamos rumo ao jogo. A chegada no estádio é uma loucura! A entrada dos atleticanos um aperto, um desconforto total. Mas tudo era festa, tinha certeza que sairíamos com a vitória ! Começa o jogo, não se via quase nada, todos em pé, um aperto só. Mesmo assim, estava feliz de estar ali, curtindo tudo, do lado da bateria dos Fanáticos. Como já disse Danusa Leão, uma das melhores imagens do mundo é um estádio de futebol cheio - cheio de homens, altos, baixos, claros, morenos, cabeludos e carecas. E ali estava eu, cheio de homens ao meu redor, mas todos olhando para o campo vendo outros homens jogar. Que ironia ! Não lembro a sequência dos gols, só lembro que ganhamos. Minha irmã me abraçava e falava 'você é pé quente, só vim por que você insistiu'. Valeu a pena! Nunca pulei e cantei tanto. Para a segurança de todos, a polícia não deixava a torcida atleticana sair. Ficamos ali, comemorando por mais de uma hora. Cantando todos os gritos de guerra do furacão. E cantar o hino no estádio rival, isso sim é inequecível. Também lembro do Sr. Gionédis, que era o presidente do Coxa, atravessando o campo, e fazendo gestos obcenos para a torcida. Foi muito divertido. Com essa derrota, o Coxa continuou na zona do rebaixamento e entrou no Brasileiro de 2006, na 2ª divisão".
Francisca Cury, curitibana, atleticana desde sempre.
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"Estava indo ao Couto Pereira adquirir o ingresso para o jogo, porém quando cheguei lá, não havia mais ingressos. Nunca tinha perdido nenhum Atletiba e fui tentar adquirir na Baixada, mas não dei por conta que estaria comprando ingresso para assistir o jogo na torcida do time da Arena. Assim, comprei o ingresso e fui me dirigindo para o estádio quando fui entrando me informaram que a entrada seria do outro lado. Já pensei que teria que arrumar uma maneira de assistir o jogo ao lado da minha torcida.
Estávamos em 4 pessoas (eu ,meu irmão e dois amigos), colocamos nossas camisas embaixo da blusa e fomos caminhando até a divisão do muro. Pedimos para entrar, pois tínhamos comprado ingresso no local errado. Depois de muita insistência conseguimos passar para o outro lado. Fomos ao delírio. Isto faz uns 10 anos e com certeza foi inesquecível! Abraços e parabéns pela iniciativa de divulgarem o maior clássico do Paraná".
Junior Kandageski.
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"Meu atletiba inesquecível, foi no ano de 1995. Uma quarta-feira a noite, 3x0 para o Coritiba, de Auri, Alex e Pachequinho. Se vencessemos estaríamos novamente na 1ª. divisão. Pois bem, minha mãe estava viajando, meu pai ficou em casa acompanhando pelo rádio, eu fui ao campo com minha namorada. Só não contávamos com dois pequenos imprevistos... Furou um pneu do carro e faltava um pouco mais de uma hora paro o início do jogo. Troquei o pneu como nunca tinha feito antes e fomos pro estádio. Chegando lá, pra minha surpresa, ao trocar o pneu, perdí os ingressos. O jogo estava para começar...foi quando troquei um relógio que tinha com um cambista por dois ingressos de arquibancada (sem pensar no valor) e entrei com o jogo já iniciado, mas acompanhei a volta a primeira divisão do Glorioso".
Emerson Guarda, adm. de empresas, 37 anos.
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"2004: um ano memorável e, ao mesmo tempo, infeliz para toda a nossa nação. A princípio, recordo-me que foram cinco clássicos Atletiba naquele ano, sendo três empates, uma derrota e uma vitória Atleticana e, evidentemente, que traçarei minhas linhas sobre essa última, ocorrida em 29 de Agosto de 2004, no Alto da Glória.
Atlético e Coritiba vinham de sequências invictas e de bons jogos. Sinceramente, perdoem-me, não me vem a posição do verde àquela altura do campeonato, mas o Rubro-Negro, após mais um resultado positivo, se manteve na liderança conjunta com o Alvinegro Praiano (nosso algoz aquele ano) e o Juventude.
Por motivos de força maior, não pude me unir a massa atleticana no setor dos visitantes. Mas é claro que tal fato não me deixou de fora do Atletiba. Ora, o Atlético estava lutando pelo bi Brasileiro e numa vitória vital às nossas pretensões, o mínimo que poderia fazer seria apoiar incondicionalmente, mesmo que isso, nesse caso, se resumisse a vibrações e orações positivas, empurrando o Furacão pra cima do adversário.
Foi o que fiz! Comprei meu ingresso entre a torcida coxa-branca e rumei pro estádio no domingo. Subi ao Couto sozinho (sem vestir verde, é claro!). Interessante o fato de que não houve qualquer confusão entre as torcidas, senti, a bem da verdade, que o clima estava ameno para um dia de clássico estadual. Cheguei a quinze minutos do apito inicial e fiquei inerte ali próximo a curva dos visitantes, pois queria, ao menos, me sentir mais próximo de "casa".
Num primeiro tempo morno, sem muitas emoções, em que houve, acredito, apenas uma boa chance para cada lado, Atlético e Coritiba apresentaram um futebol cadenciado com lances de muito respeito e pouca inspiração, diferente do que vinham apresentando em jogos antecedentes.
Veio a segunda etapa! Ah, o segundo tempo! O jogo acabara de reiniciar e Alemão, pela esquerda, bateu e converteu, sem chance pra Diego. 1x0 Coritiba. Me calei. O torcedor coxa-branca, animado com o gol, acordou e começou a empurrar o time em busca do segundo. Do outro lado, como sempre, a torcida Rubro-Negro não se abateu. Ciente de que o Atlético precisava do seu apoio, inflamou no ritmo da bateria da Fanáticos - que em tal oportunidade esteve presente no Alto da Glória - e fez o Furacão começar a soprar forte no jogo.
Washington, Jádson, Fernandinho e Dagoberto acordaram e o Atlético partiu pra cima, retornando ao estilo de jogo que vinha apresentando. Lembro-me que tivemos boas chances de empatar em algumas bolas paradas, mas somente aos 37 minutos veio o "primeiro tento". Em escanteio batido por Jádson, um jogador atleticano (que não me recordo quem) escorou a "pelota" pro travessão e, no rebote, Fernandinho estufou a rede coxa-branca. 1x1.
Confesso que foi uma das maiores agonias que senti em minha vida. Queria urrar pro mundo a minha felicidade, mas me contive, abaixei a cabeça, comecei a balançá-la para lá e para cá, transparecendo - ou tentando - o desgosto com o ocorrido.
A grito da torcida Rubro-Negra ecoava pelo estádio "daaale, dale, dale ê ô, ô ô ô ô, dale Atlético! dale Atlético, dale dale ê ô".
No compasso do som que vinha das arquibancadas, em sintonia com a sua torcida, cerca de seis ou sete minutos depois, Fernandinho pegou um cruzamento e bateu pro gol, o arqueiro coxa fez, momentaneamente, sua obrigação espalmando a bola, mas, como de praxe aquele ano, a redonda buscou achar um pé cujo Coração fosse Valente e, mais uma vez no rebote, Washington fez a alegria do torcedor Atleticano. 2x1 Atlético!
Sem hesitar, virei as costas, fui ao banheiro com a intenção de soltar O grito que me lavaria a alma. Fato esse executado e consumado com sucesso!
Na volta, peguei a torcida verde já se retirando aos lamentos de "não acredito que eles irão fazer isso aqui dentro da nossa casa", "nosso time é ridículo, pode perder pra qualquer um, menos pro time lá de baixo", entre outros já não passíveis de citação.
Enquanto isso, do lado Vermelho e Preto, a explosão de alegria, somada a de todos os outros que ficaram reunidos em suas casas ou em bares pela cidade, só não contagiava mesmo os derrotados. O Rubro-Negro Paranaense era líder e quebrava um jejum de alguns anos sem vencer o rival em seus domínios.
Enfim, essa foi a minha história inesquecível, a qual contarei aos meus netos. História que não desejo a nenhum Atleticano, pois engolir a alegria de ver meu Furacão vencer, principalmente um clássico, deve se constituir, no mínimo, como o oitavo pecado capital!
Saudações Rubro-Negras a todos e que hoje tenhamos um belo espetáculo, regado a muito futebol, respeito e, principalmente, PAZ dentro e fora das arquibancadas".
Edgar Delfino Júnior, Ponta Grossa - PR
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"O meu Atletiba inesquecível jogado no Couto foi o do segundo turno do Brasileiro de 2004, de virada, na casa deles e disputando o título. O Coxa jogava melhor e vencia o jogo. Já tomava minha enésima cerveja quando, chegando ao segundo anel, com copo cheio, saiu o primeiro gol.Não vi, alguém me levantou e, quando voltei ao chão, só havia o copo vazio.Comprei outra. Quando saiu o segundo, no final, de virada, já saí pulando e nem liguei para o líquido que me acalmava desde o início do jogo.
A torcida cantou como nunca e, devido à logística da PM, que teve que ser alterada após o fim da partida, os coxas ficaram mais de 15 minutos nos ouvindo cantar a vitória. Simplesmente inesquecível. Saldações Rubro-Negras".
Sérgio Martines.
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"Eu acho que foi o de 20/07/1977, fomos eu mais dois amigos atleticanos e um coxa. O jogo estava no finalzinho, íamos sair quando o Paquito pegou a bola no campo do Atlético, deu um pique sensacional, driblou alguns pés duros Alviverdes e fez um golaço. Da-lhe furacão. Um abraço a toda naçao rubro negra".
Edson Breda.
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"O Atletiba mais emocionante que me recordo ocorreu em março de 1971 no Alto da Glória. O clássico foi disputado sob muita chuva, as torcidas se acotovelavam nas arquibancadas, os guardas-chuva atrapalhavam a visão, mas, nada tirava a atenção do jogo, pois aquele que se distraía perdia um grande lance, pois o jogo foi sensacional. O Coritiba largou na frente do placar abrindo uma vantagem de 2 x 0, não tenho certeza, mas os gols foram de zé roberto e passarinho.
O pavor tomou conta de nós atleticanos, o atlético teve um penalti a seu favor, mas não converteu, o mais otimista acreditava em goleada dos coxas. Mas, ainda no primeiro tempo veio a reação rubro-negra, a equipe deixou de lado a técnica e partiu com raça pra cima do rival, Sicupira e Nilson Borges comandaram a blitz e no final do primeiro tempo o placar apontava 2 x 2.
Nos deliciamos no intervalo, pois alcançar o empate já era uma grande façanha. Para o segundo tempo voltamos melhor ainda e os coxas se abateram, sentiram a reação rubro-negra, e a virada parecia uma questão de minutos. Não demorou e ela veio, num chute de Valtinho com colaboração do goleiro Célio, estava decretada a virada rubro-negra 3 x 2.
Daí pra frente o clássico ficou sensacional, o Coritiba alucinado correndo atrás do prejuízo, e o atlético administrando a vantagem. O grande Nilson Borges fecharia com chave de ouro e deixaria a sua marca mais uma vez ao fazer o 4 x 2, festa total rubro-negra, alguns coxas deixaram o estádio, tristes, aborrecidos, bem antes do término da partida.
No final Paulo Vechio descontou e selou o placar de 4x3. Foi um Atletiba inesquecível, ah! Que saudades daquele tempo".
Roberto Rolesul.
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"Era tarde de domingo, sol, Couto Pereira lotado, eu ainda era criança e assistia o jogo exprimido na grade, bem onde hoje fica o camarote dos dirigentes do clube visitante. 0 x 0. Jogo suado. Lá pelos 30 minutos, pênalti pro Coxa! Quem pega a bola? Ele: Alex. Anda em direção e bate nela... um tapa na bola, no ângulo. E ela fica lá, cravada entre a rede e o ferro de sustentação da rede. Lindo! Final: 1 x 0 fácil... Não me recordo o ano, e nem em que campeonato foi isso... mas foi inesquecível... Abraços".
Glauco T. L. Lobo.
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