James Skroch e sua cartela de ingressos: almanaque adiado pela má fase do time| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Eduardo Albino, o Doutor Tricolor: próxima aparição na Copa ou atrás de Usain Bolt
Veja o tamanho e o perfil da torcida do Paraná
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O engenheiro cartógrafico James Skroch, 42 anos, espera lançar no próximo ano um almanaque paranista. Apaixonado pelo clube, ele garimpa todos os tipos de informação sobre o time. Tem tudo tabulado, mas pouco utiliza os papéis, prefere a memória.

Nos cálculos do pesquisador, o Tricolor fez 422 jogos pela Série A do Brasileiro, em um total de 1.164. "Mas não considero amistosos e torneios inexpressivos, como Vila Velha e Sesquicen­­tenário", avisa. São exatamente 1.700 gols anotados em 20 anos de história.

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O médico reumatologista Jorge Eduardo Albino, 34 anos, decidiu ainda adolescente montar uma facção (informal) organizada. Influenciado pelo pai, também médico, criou a "Doutor Tricolor" – com estreia em 94, calcula ele, a mais antiga facção de fãs paranistas em atividade ("A Fúria nem existia", diz).

Histórias diferentes, mas uma conclusão óbvia: são loucos pelo Tricolor.

Skroch guarda como relíquias ingressos de jogos do time amado. No caso dele, que viveu as aventuras do Colorado, algumas preciosidades – como o bilhete do duelo com o América-RJ, em 84, primeiro jogo do Seleboca. Também o tíquete do jogo número 1 do Pa­­ra­­ná na Vila Capanema, contra o Cascavel, em 90.

"Eu tenho praticamente todos os registros de 1999 para cá. Antes disso, guardo muita coisa, mas ainda faltam detalhes", explica. Ele lançaria esse ano o livro de estatísticas, mas desistiu por um triste motivo: "Não dá para fazer isso quando o time está mal. Nem minha mãe compraria", brinca.

Ele não vai a partidas do Paraná desde o Estadual, contra o rebatizado J. Malucelli. Assim mesmo, faz questão de ser sócio-torcedor para ajudar o time do coração. "Ando meio desanimado, sabe..."

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A saga de Albino é mais in loco, sem pranchetas e anotações. Ganhou até uma certa notoriedade no Orkut por causa da aparição da sua faixa durante o jogo entre Bolívia e Brasil, pelas Eliminatórias da Copa-2010. "Estendi ela também no Campeonato Mundial de Triatlo, no Campeonato Brasileiro de Natação. Onde tiver uma mídia maior, fico com vontade de mostrar o Paraná e minha torcida", diz.

"Quando você menos espera, vai ver a minha faixa por aí. Gosto de deixar o pessoal espantado. Quem sabe na Copa do Mundo, não vou prometer, mas quem sabe... Ou talvez um campeonato internacional de atletismo, perto da largada, no fundo de uma imagem do Usain Bolt... É possível também", diz.

Em período de caça às uniformizadas, o médico conta que já sentiu a hostilidade durante suas aventuras. "Os últimos dois anos foram preocupantes. Na Bahia, por exemplo, passei por uma situação terrível. Depois do jogo, tirei a faixa, a camisa do Paraná, coloquei uma do Bahia, pois não tenho rivalidade alguma, ajustei tudo numa mo­­chila e deixei o estádio. Mas fui per­­se­­guido por uma turma. Apedre­jaram o carro que eu estava e tudo. Sorte que encontrei a polícia no ca­­minho. Fiquei em pânico."

Salvo exceções como essas, a torcida paranista anda desgostosa com o time – de acordo com os dados da CBF dos últimos três anos. O clube levou na Série B deste ano pouco mais de 66 mil torcedores em 19 jogos. Arrecadou com isso, R$ 947.675. Um ano antes, o nú­­­­­­mero total foi de 88 mil, com re­­­­­­cei­­­ta de bilheteria de R$ 1.367.361. Em 2007, na Primeira Divisão, 166 mil paranistas foram ao estádio, com R$ 1.615.936 de faturamento.